Como Benfica, FC Porto e Sporting atuam no mercado de inverno

A janela de transferências abriu no dia 1. Nos últimos cinco anos, o FC Porto foi a equipa que mais gastou e o Sporting a que mais contratou. O Benfica, que esteve sem se reforçar nos dois últimos anos, gastou 20 milhões em Weigl e não deve ficar por aqui.
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O início do mês de janeiro marca a abertura do mercado de transferências de inverno, um momento para as equipas se reforçarem antes das grandes decisões da temporada. Durante um mês será um autêntico corrupio de compra e venda de futebolistas, um pouco por toda a Europa. Os clubes portugueses não fogem à regra, apesar de, por exemplo, o FC Porto já ter anunciado que não está comprador de acordo com as palavras do treinador Sérgio Conceição. Já o Benfica prepara-se para inverter a tendência dos últimos anos e já investiu 20 milhões de euros na contratação do alemão Julian Weigl.

A SAD do Benfica deu o pontapé saída deste mercado e rompeu com a acalmia dos dois últimos invernos em que não contratou qualquer jogador para a sua equipa principal. E no último dia de 2019 anunciou um acordo para a contratação do médio Julian Weigl ao Borussia Dortmund cujo passe custará 20 milhões de euros, que passará a ser o jogador mais caro de um clube português nesta janela de transferências.

Voltando aos últimos cinco anos, os encarnados fizeram apenas sete contratações de inverno, investindo 16,77 milhões de euros. A temporada de 2015-16 foi aquela em que a SAD benfiquista mais dinheiro gastou, num total de 8,7 milhões de euros com Luka Jovic (6,6 milhões) e Grimaldo (2,1). Aliás, o defesa-esquerdo espanhol foi o único que teve retorno desportivo para os encarnados, uma vez que é ainda hoje uma das peças mais importantes da equipa, totalizando 141 jogos e 11 golos.

Jovic acabou por ter um significativo retorno financeiro (22,335 milhões de euros), enquanto os outros passaram despercebidos na Luz, casos de Hany Mukhtar, Jonathan Rodríguez (esteve emprestado na Luz), Filipe Augusto, Pedro Pereira e Marcelo Hermes.

No entanto, a avaliar pelas últimas notícias, este mês de janeiro promete continuar a ser agitado para os lados da Luz, uma vez que além do internacional alemão Weigl, o brasileiro Bruno Guimarães (Athletico Paranaense), que foi considerado o melhor médio do último Brasileirão, também tem sido apontado como provável reforço de peso para a equipa treinada por Bruno Lage, o que obrigará a mais um investimento avultado, na ordem dos 20 milhões de euros.

FC Porto foi quem mais gastou nos últimos cinco anos

"O plantel que tenho à disposição dá-me garantias para competir em todas as competições em que estamos inseridos. Não haverá reajustes", afirmou recentemente Sérgio Conceição. A confirmarem-se estas palavras, será um corte radical com o que tem sido o mercado de inverno nos últimos cinco anos no Dragão, período durante o qual o FC Porto foi o clube que mais dinheiro investiu em reforços, num total de 35,55 milhões de euros em 11 jogadores desde 2014-15.

Deste montante, boa parte é referente à época passada, quando a SAD portista investiu 12,25 milhões de euros, destacando-se a contratação de Loum por 7,75 milhões, que foi o futebolista mais caro entre os três grandes nos últimos cinco mercados de inverno. Além do médio senegalês, há um ano os dragões adquiriram ainda Wilson Manafá (três milhões de euros) e Fernando Andrade (1,5), além de ter chegado ainda Pepe a custo zero.

Nos últimos cinco anos, o FC Porto adquiriu dois jogadores que têm sido muito importantes na equipa, casos de Marega, que chegou em 2016 do Marítimo a troco de 3,8 milhões de euros, e no ano seguinte foi a vez de Soares ser recrutado ao V. Guimarães por 5,6 milhões. Juntos totalizam 106 golos ao serviço dos dragões. Os dois avançados ainda se mantêm no plantel de Sérgio Conceição, tal como Pepe (outro dos habituais titulares), Wilson Manafá e Loum.

Pelo Estádio do Dragão passaram ainda outros dois atletas adquiridos no mercado invernal que ainda se revelaram úteis, casos do extremo Hernâni (52 jogos e sete golos) e de Fernando Andrade (22 jogos e dois golos). Os restantes reforços de inverno acabaram por não ter impacto no rendimento da equipa, foram eles Hyun-jun Suk, Paulinho, Yordán Osorio e Majeed Waris, além de Gonçalo Paciência, que regressou do empréstimo ao V. Setúbal em janeiro de 2018 mas que acabou por não dar sequência à boa temporada que estava a fazer no Bonfim.

Sporting foi quem mais contratou desde 2015

Se os dragões foram os que mais gastaram, o Sporting foi o clube, dos três grandes, que mais jogadores adquiriu no mercado de inverno nos últimos cinco anos, num total de 16 - em 2017-18 investiu 16,15 milhões de euros em seis reforços: Wendel (7,5 milhões), Seydou Doumbia (3), Josip Misic (2,75), Lumor (2,5) e Rúben Ribeiro (400 mil euros), enquanto Fredy Montero chegou a custo zero.

No total dos últimos cinco anos, o Sporting fez, ainda assim, um investimento abaixo do FC Porto, totalizando qualquer coisa como 31,52 milhões de euros, destacando-se além de Wendel (7,5 milhões) os 4,72 milhões de euros pagos ao Sunderland pela aquisição de Coates, que chegou em janeiro de 2015 por empréstimo e foi comprado por esse valor um ano depois.

No caso do Sporting, além de Coates e de Wendel, mantêm-se no plantel Luiz Phellype, Tiago Ilori, Cristián Borja e Idrissa Doumbia, todos contratados no ano passado. Dos restantes atletas recrutados no mercado de inverno desde 2015, muitos passaram despercebidos em Alvalade, casos de Ewerton, Hernán Barcos, Rúben Ribeiro, Lumor, Misic e Seydou Doumbia. Mas houve casos que se revelaram úteis à equipa, como Marvin Zeegelaar, Ezequiel Schelotto, Bruno César e Fredy Montero.

Este período foi ainda aproveitado pelos leões para fazer regressar de empréstimo alguns jogadores como Rúben Semedo, Daniel Podence e João Palhinha, que acabaram também por ser úteis para o treinador, que no caso era Jorge Jesus.

Em Alvalade não são de esperar nomes sonantes neste mercado de janeiro, até porque a situação financeira do Sporting não é favorável a um grande investimento para o reforço do plantel. No entanto, atletas a baixo custo ou por empréstimo serão os principais alvos leoninos para equilibrar a equipa orientada por Jorge Silas. Certo é que a SAD vai inscrever o jovem avançado Pedro Mendes, o goleador da equipa sub-23, que por não estar inscrito na Liga só podia representar a equipa principal dos leões na Liga Europa.

Haaland e... Weigl, os mais caros até ver

Os mercados de inverno não têm sido muito propícios a grandes investimentos por parte dos principais clubes europeus e este ano não deverá fugir à regra. E a prova disso é que um dos jogadores mais pretendidos no mercado europeu foi transferido ainda antes da reabertura da janela de transferências por 20 milhões de euros. Trata-se do jovem avançado norueguês Erling Haaland, que trocou o RB Salzburgo pelo Borussia Dortmund, de onde saiu o médio Weigl para o Benfica, precisamente pelo mesmo preço.

Aliás, o RB Salzburgo é para já o principal afetado pela cobiça dos gigantes europeus, pois além do seu goleador de 19 anos perdeu também o extremo japonês Takumi Minamino para o Liverpool, por 8,5 milhões de euros.

Estes negócios foram ainda realizados durante o mês de dezembro. Se Haaland e Weigl são, para já, as mais avultadas transferências, o terceiro lugar desse ranking é ocupado pelo médio argentino Exequiel Palacios (21 anos), que trocou o River Plate pelo Bayer Leverkusen, por 17 milhões de euros.

E quanto a grandes nomes, destaque para o veterano sueco Zlatan Ibrahimovic (38 anos), que vai regressar ao AC Milan a custo zero, depois de ter terminado contrato com os Los Angeles Galaxy, da MLS. Outra transferência que pode acontecer ainda nesta janela de mercado é a do internacional uruguaio Edinson Cavani, do PSG para o Atlético de Madrid. Já neste dia 1 ficou confirmado o regresso de Wayne Rooney ao futebol inglês, com destino do Derby County.

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