Comando de Oeiras coordena apoios da NATO ao Paquistão
Por decisão conjunta das estruturas políticas e militares da NATO, o comando regional de Oeiras passou a coordenar o envio da ajuda humanitária que os Estados membros da Aliança Atlântica vão canalizar para o Paquistão, na sequência do terramoto ali registado há uma semana.
Desta forma, o comando regional de Oeiras transforma-se, em termos práticos, no centro de todas as operações de coordenação dos meios - aéreos, terrestres e navais - que a Aliança Atlântica possa vir a utilizar ou a necessitar para enviar para o Paquistão a ajuda humanitária proveniente dos países da NATO ou até de terceiros que entendam recorrer aos canais montados pela organização. Isto mesmo que as bases destas operações se situem noutros locais, como é, por exemplo, o caso da base de Ramstein, na Alemanha, que irá servir de placa giratória para a ponte aérea que a Aliança Atlântica se prepara para estabelecer com o Paquistão, recorrendo, em princípio, aos meios proporcionados pelos 26 Estados membros da organização.
Segundo fontes militares contactadas pelo DN, a escolha de Oeiras para coordenar o envio da ajuda humanitária solicitada pelas autoridades paquistanesas decorre do facto de este comando ter, neste momento, a tutela das forças de reacção rápida da Aliança, o que irá prolongar-se até Julho de 2006. Explicando também as razões que levaram o mesmo quartel-general a coordenar as ajudas humanitárias que foram recentemente enviadas para as regiões mais afectadas pelo furacão Katrina.
Ajuda. Efeito prático destas decisões são já as 7,5 toneladas de ajuda humanitária que ontem chegaram ao Paquistão, contendo tendas, sacos-cama e cobertores provenientes da Eslovénia.
Com este avião, chegou também uma primeira equipa de cinco militares - entre os quais dois portugueses - afectos ao comando de Oeiras e que irão coordenar parte destas operações em solo paquistanês.
De acordo com as informações que a NATO tem estado a divulgar, em Bruxelas, existirão, neste momento, 50 mil pessoas no Paquistão que necessitam de ajuda médica de emergência, enquanto o número estimado de desalojados pelo terramoto pode chegar aos quatro milhões.
É isso que justifica a decisão da NATO de montar uma ponte aérea para o Paquistão, onde as respectivas autoridades solicitaram o empenho dos meios da Aliança Atlântica no resgate e transporte de vítimas e eventuais sobreviventes, num momento em que o Inverno se aproxima.
Na mesma ocasião, Islamabad pediu também a ajuda da comunidade internacional para o envio de medicamentos, rações de combate e purificadores de água, o que já está a ser canalizado para os aeroportos e portos do Paquistão, aproveitando igualmente algumas das estruturas montadas pela Aliança Atlântica no vizinho Afeganistão.
Ao que o DN apurou, nos próximos dias deverão começar a chegar também ao Paquistão os equipamentos já disponibilizados por países tão distintos como a Áustria, Bélgica, Alemanha e Grécia, enquanto o Reino Unido, a Itália, a Espanha e a Suécia se preparam para enviar equipas de médicos e enfermeiros.
Já a Holanda, Irlanda, Noruega e Luxemburgo optaram por assumir parte dos custos financeiros inerentes a este tipo de operações, que deverão prolongar-se até que o Paquistão e a NATO decidam o contrário.