Com o Papa Francisco, as periferias fizeram a festa
Maoris da Nova Zelândia, sicilianos de Agrigento, cabo-verdianos de Santiago e da diáspora, nativos de Tonga, birmaneses de Myanmar, tailandeses e vietnamitas, etíopes e moçambicanos, mexicanos que vêm de Londres, uruguaios e argentinos, portugueses e espanhóis. Esta é uma síntese possível da babel de línguas e rostos na imensa nave da Basílica de São Pedro, no Vaticano, na festa das periferias que foi o consistório de ontem, um Sul trazido pelo Papa Francisco, que veio também ele quase do fim do mundo para ser bispo de Roma. Com os 20 novos cardeais agora criados (15 deles com capacidade eleitoral num futuro conclave), a Europa já não tem maioria no Colégio Cardinalício.
Dentro da Basílica, já no decorrer da cerimónia, Francisco reforçaria outra ideia central deste seu pontificado: a do bom governo, também pelos homens da Igreja. "Quem é chamado ao governo da Igreja tem de ter um forte sentido de justiça, que veja toda e qualquer injustiça como inaceitável, incluindo aquela que possa ser vantajosa para si mesmo ou para a Igreja."