Com Buba se mata, com buba se morre...
Começo com uma confissão. Portei-me mal na sexta-feira à noite. Pronto, não resisti. No último minuto do jogo de Aveiro não evitei e festejei o golo de Buba (o terceiro) que empatou o Sporting. Mas fiz mais. Com aquela fina ironia que só as clubites permitem, liguei a um amigo sportinguista convicto e disparei: "Então, ainda estás na ressaca da buba?". Ele sorriu. Deve ter sido amarelo, mas, como o meu telemóvel ainda não é de terceira geração, não confirmei o pressentimento.
Entre gargalhadas e abraços, despedimo-nos até ao dia seguinte. "Amanhã conversamos", disse-me ele. A frase não era de circunstância, percebi. O "amanhã" era especial, era dia de FC Porto-Benfica. Confesso-vos que, apesar do 0-2 da época passada (obrigado, Nuno Gomes!), não estava nada confiante desta vez. Os primeiros 20 minutos de relato da TSF deram-me razão. Por isso, ao segundo golo desliguei o rádio e não me arrependi do jantar que tinha marcado com amigos para a hora do duelo do Dragão. Só quando voltei ao carro percebi que o Benfica tinha marcado dois golos. E tinha sofrido um (fatal) na compensação. "Não foi mau", pensei. Ao ponto a que isto chegou.
O meu amigo não me ligou. E eu nunca mais me lembrei dele. No domingo à noite, porém, precisámos de falar de trabalho (ele senta-se aqui ao lado, já agora...). "Então, ainda estás de ressaca?", perguntou-me. Não percebi. "Como? Não fui para os copos", respondi-lhe. "Ontem também tiveste a tua buba no último minuto"...
Engoli em seco. E servi-me de uma dose de whisky...