Colégio de Gastrenterologia reconhece demora no acesso a colonoscopias na região Sul

O Colégio de Gastrenterologia da Ordem dos Médicos reconheceu hoje haver demora na realização, na região Sul, de colonoscopias, exames endoscópicos que diagnosticam cancro intestinal, admitindo que "poderá haver uma distribuição deficiente de profissionais" pelo país.
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A posição do Colégio surge em comunicado, depois de o jornal Diário de Notícias ter relatado, na semana passada, o caso de uma mulher que, com rastreio positivo ao cancro colorretal, esperou dois anos, no Hospital Amadora-Sintra, por uma colonoscopia, que confirmou depois ter um tumor inoperável.

No seguimento da notícia, a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo assumiu haver um "problema preocupante", na região, com a capacidade de resposta para realizar colonoscopias, tanto no setor público como no privado, devido ao número de especialistas ser "insuficiente para as necessidades".

Posteriormente, a ARS anunciou, após uma reunião com as administrações dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, que estes se comprometeram a aumentar em 21 por cento o número de colonoscopias a realizar este ano, o que se traduzirá em mais 5.500 exames.

No comunicado hoje divulgado, o Colégio de Gastrenterologia da Ordem dos Médicos reconhece uma "demora maior e indesejável" no acesso aos exames endoscópicos na região Sul, através do Serviço Nacional de Saúde (hospitais e serviços convencionados), remetendo para a tutela a responsabilidade de "analisar e encontrar soluções".

Na nota, o mesmo colégio da especialidade admite que "poderá haver uma distribuição deficiente dos profissionais pelo território nacional", muito embora o rácio de gastrenterologistas por habitantes seja "superior ao de outros países europeus", e atribui ao Ministério da Saúde a competência de "criar as condições que incentivem à fixação" dos médicos "nas áreas geográficas mais necessitadas".

Segundo a Ordem dos Médicos, Portugal tem, atualmente, 473 gastrenterologistas, dos quais cerca de 255 trabalham para o Serviço Nacional de Saúde, sendo que se encontram em formação mais 123 profissionais.

No comunicado, o Colégio de Gastrenterologia defende que o corpo clínico das unidades de saúde "seja dimensionado, tendo em consideração a múltipla atividade dos médicos" - consultas, internamentos e urgências - "de forma a que se possa satisfazer a população necessitada dos cuidados hospitalares de gastrenterologia".

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