CNN já tem autorização de Obama para usar 'drones' em reportagem
A CNN recebeu luz verde do governo norte-americano para testar a utilização de drones, equipados com câmaras, em reportagem. Foi necessária uma autorização especial do Executivo de Obama que, com o acordo da Agência de Aviação Americana, vai permitir ao canal recorrer aos drones para fins noticiosos.
Num programa inédito em todo o mundo, a CNN associou-se ao Georgia Tech Research Institute que, do seu lado, irá analisar as imagens recolhidas, com o propósito de desenvolver as regras a usar futuramente no âmbito da utilização dos drones para recolha de informação.
David Vigilante, vice-presidente da área jurídica da CNN, refere que o objetivo do canal com sede em Atlanta é usar equipamento mais sofisticado e avaliar as opções disponíveis de forma a produzir "jornalismo televisivo de alta qualidade". O responsável sublinha ainda que a expetativa é de que este programa conduza a uma utilização mais ampla e segura dos drones no espaço aéreo dos Estados Unidos da América.
A Agência de Aviação Americana restringiu o uso de drones, aparelhos voadores não tripulados, por receio de que estes pudessem colidir com aviões. Uma vez que não existe qualquer licença para um "piloto" de drones, a sua utilização foi restrita a regiões inabitadas do país, já que não são raros os casos em que os pilotos de aviões comerciais reportam contacto visual com um drone durante os seus voos.
Mas espera-se que a agência suavize as proibições no recurso aos drones já este ano: à medida que a tecnologia avança, a utilização de drones é cada vez mais frequente, não só em operações de busca em resgate como na própria cobertura aérea de eventos. Por não serem tripulados, os drones têm a enorme vantagem de poderem ser conduzidos para zonas perigosas, de guerra, transmitindo imagens que permitem recolher informação sobre o que está a acontecer sem colocar em risco vidas humanas.
"Os aparelhos voadores não tripulados oferecem às novas organizações oportunidades muito relevantes", admite Michael Huerta, da Agência de Aviação Americana. "Esperamos que com este acordo com a CNN e o trabalho que estamos a fazer com outras organizações e associações consigamos integrar com segurança a tecnologia não tripulada de recolha de notícias e os procedimentos operativos no nosso espaço aéreo".
A aposta nos drones permitirá à CNN, certamente, a apresentação da reportagem e investigação jornalística noutros ângulos, mas não é só ao canal de informação que interessa esta tecnologia: o Facebook já está a recrutar para a sua equipa de drones e a própria Amazon quer recorrer aos aparelhos não tripulados para entrega de encomendas em curtas distâncias.