CML admite continuação do Lisbon & Estoril Film Festival

A vereadora da Cultura de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, encerrou hoje o Lisbon & Estoril Film Festival com um "até para o ano em Lisboa e no Estoril", indicando que o novo formato do evento é para manter.
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Esta foi a primeira edição em que o festival se alargou a Lisboa depois de quatro anos de 'residência' fixa no Estoril.

Recorrendo a uma das mais famosas frases do filme Casablanca, na sessão de encerramento que decorreu esta noite de domingo no cinema S. Jorge, em Lisboa, a vereadora disse que este "não é o princípio, mas a continuação de uma bela amizade". "Até para o ano em Lisboa e no Estoril", concluiu.

Durante o seu discurso, Catarina Vaz Pinto, em representação do presidente da autarquia lisboeta, António Costa, reafirmou o "começo de uma nova fase" destacando que "Lisboa é intrinsecamente merecedora desta aposta".

"A Câmara Municipal de Lisboa é mediadora e proporcionadora de exercícios artísticos e culturais e esta é uma experiência feliz de uma parceria para fazer um caminho que traz mais valia à região", notou.

O director do festival, Paulo Branco, afirmou a vontade de manter o festival entre Lisboa e o Estoril depois de uma edição que considerou "conseguida" e "talvez a melhor até agora".

O responsável não deixou de lamentar as condições precárias que a organização enfrentou este ano devido às "certezas tardias" por causa da crise, mas espera melhorias no futuro.

"Espero que agora o festival se institucionalize, no bom sentido, e nos dê um trabalho com mais tempo", além do aproveitamento de todo "o magnífico espaço da região de Lisboa".

Garantindo que destacar pontos altos do evento é sempre "subjectivo", Paulo Branco não deixou de manifestar a satisfação pela adesão ao público em eventos menos divulgados nos media.

O principal prémio do festival foi entregue à russa Angelina Nikonova pelo trabalho "Twilight Portrait", que garantiu que falaria em "milagre, se não tivesse havido tanto trabalho" na realização desta longa-metragem.

"Não tínhamos dinheiro, nem nada. Tivemos duas câmaras emprestadas e uma história para contar", afirmou depois de receber o prémio das mãos da atriz espanhola Marisa Paredes.

O francês Cédric Kahn recebeu o Prémio Especial do Júri e o Prémio Cineuropa com o filme "Une vie meilleure".

Na primeira ida ao palco, pelo prémio Cineuropa, o realizador manifestou a sua surpresa e admitiu que talvez fosse o "primeiro e o último prémio internacional" que receberia no certame, mas momentos depois cumprimentava novamente a audiência e reconhecia o momento de uma "maravilhosa noite", ao receber o Prémio Especial do Júri.

Na cerimónia foi ainda atribuído o Prémio Tributo ao realizador Alexei Guerman, ausente de Lisboa por motivos de saúde.

Para Paulo Branco, esta é uma "homenagem a um cineasta muito pouco conhecido em Portugal" e também à "memória do cinema, num momento em que há imediatismo e se esquecem as referências".

O júri da edição 2011 foi composto pelo Nobel da Literatura John M. Coetzee, os premiados escritores Don DeLillo, Paul Auster e Siri Hustvedt, o violinista Gidon Kremer e o artista plástico José Barrias.

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