Clientes do Carrefour lamentam saída da empresa de Portugal

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Clientes do Carrefour lamentam saída da empresa de Portugal

Consumidores gostavam dos produtos franceses e da diferenciação da loja

A azáfama era grande no Continente do Oeiras Parque. Depois de estar quatro dias encerrado, o hipermercado abriu ontem sem a marca Carrefour. E foram muitos os clientes que marcaram presença no primeiro dia de mudança, mas nem todos estavam satisfeitos.

"Preferia o Carrefour, porque tinha produtos mais diversificados e preços mais baixos. Havia artigos franceses bons que não se vendem noutros locais". A opinião de Edmundo Mendes, 60 anos, é partilhada por Isabel Pinheiro, 53 anos. "O Carrefour tinha coisas mais especiais, não percebo porque é que empresas boas francesas como esta e o Printemps saem de Portugal", lamentou.

Já Nuno Oliveira, de 29 anos, está contente precisamente por ter sido uma empresa portuguesa a comprar uma francesa. "Para mim é indiferente comprar produtos de uma marca ou outra, mas é bom termos agora uma empresa portuguesa".

Satisfeito com a mudança ficou também Bernardino Nunes, de 73 anos. "Sou cliente assíduo do Continente, gosto desta marca", sustentou, embora sem apontar uma razão específica.

Um dos aspectos positivos assinalados pelos clientes do hipermercado Carrefour foi o facto do Continente não ter alterado a disposição e o local dos produtos na loja. De facto, para os menos atentos a mudança é quase invisível. É certo que os letreiros da entrada têm a chancela Continente, mas a cor das duas empresas - o vermelho - é idêntico.

Por outro lado, nas prateleiras ainda podem encontrar-se muitos produtos da marca Carrefour, que estarão à venda até serem escoados os stocks existentes.

No carrinho de compras, Inácio Domingos leva vários produtos da marca francesa, como iogurtes. Quer aproveitar os últimos artigos disponíveis da marca própria. "Lamento que os preços estejam mais caros. Os iogurtes e a água, por exemplo, custam mais. A qualidade do Carrefour era superior". Apesar disso, Inácio vai tornar-se cliente do Continente, até porque "moro perto, mas não tenciono comprar tudo aqui, vou passar a ir mais vezes ao Jumbo de Alfragide".

Da mesma forma, Rosa Maria Madeira, 47 anos, tenciona visitar com mais frequência as lojas do grupo Auchan. "Fiquei furiosa quando soube que o Carrefour ia desaparecer. O Continente tem um estilo mais de feira, com música alta, mas com preços mais caros. Vou passar a ir mais ao Pingo Doce e ao Jumbo".

Joana Caldas, 29 anos, associava o Carrefour "a qualidade e produtos diferenciados", mas tenciona tornar-se cliente do Continente. "Vou dar-lhe uma oportunidade. Por enquanto não estou a encontrar grandes diferenças".

Para Adília Duarte, 45 anos, é perfeitamente indiferente. Trabalha no centro comercial Oeiras Parque, por isso já estava à espera da mudança. "Sou de fácil adaptação, tanto compro num como noutro". Ana Paula Silva só reparou que estava no Continente à entrada, onde estavam a ser distribuídas flores de boas vindas. "Já tinha ouvido dizer que o Carrefour tinha sido comprado, mas não sabia que era hoje a mudança". Ana preferia a qualidade do Carrefour, mas os preços parecem-lhe ser iguais.

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