Quando o Banco Central Europeu deu, nesta semana, luz verde à nova administração do BCP, a ausência de Clara Raposo da lista surpreendeu. A presidente do ISEG tinha sido indicada em abril como integrando a lista de Miguel Maya, para um cargo de administração não-executiva, mas terá entretanto manifestado (tal como Teófilo da Fonseca, que não se mantém na equipa) indisponibilidade para integrar a equipa de gestão do Millennium..A razão é simples. O Dinheiro Vivo sabe que Clara Raposo será, em breve, anunciada como a nova vice-governadora do Banco de Portugal. A inclusão permitirá ao regulador cumprir a regra de integração de mais mulheres na liderança.."O Conselho de Administração [CA] do Banco de Portugal é composto pelo governador, que preside, por um ou dois vice-governadores e por três a cinco administradores", lê-se na composição da estrutura de governação do BdP, especificando-se que "a designação dos membros do CA deve assegurar a representação mínima de 40% de cada um dos sexos". Neste momento, o governador Mário Centeno tem apenas Luís Máximo dos Santos como vice e entre os três administradores do BdP há apenas uma mulher, Ana Paula Serra (Hélder Rosalino e Luís Laginha de Sousa completam a lista)..Elisa Ferreira chegou a ocupar aquela posição, entre setembro de 2017 e novembro de 2019, antes de assumir o cargo de comissária europeia..Aos 51 anos, casada e mãe de duas filhas, Clara Raposo é dean do ISEG Lisbon School of Economics and Management desde julho de 2018, tendo uma carreira como catedrática de Finanças nessa escola desde 2010. Antes dos cargos exercidos no ISEG, lecionou uma década no ISCTE, passou pela Universidade de Oxford e Nova SBE, onde se licenciou, e faz hoje parte, entre outros cargos, do advisory board de acreditação das business schools..Doutorada em Finanças pela London Business School (1998) e Mestre em Economia pelo Queen Mary & Westfield College (1994), tem amplo trabalho de investigação publicado nas mais reputadas revistas internacionais da área, como The Journal of Finance e o Journal of Financial Economics. É, desde o ano passado, chairwoman da Greenvolt, mandato de que deverá agora abdicar antes do termo (2023)..(Notícia atualizada com a inclusão da nota respeitante a Elisa Ferreira)