City sonha com o triplete que só sete equipas alcançaram

A equipa inglesa de Bernardo Silva e Rúben Dias pode vencer esta época Liga e Taça inglesa, e a tão ambicionada Champions. "Vamos com calma, é muito cedo", diz Guardiola.
Publicado a
Atualizado a

Não é caso único na História, mas não é algo que suceda com muita frequência. O Manchester City, de Pep Guardiola, é neste momento a equipa europeia melhor posicionada para sonhar com a conquista do triplete (ou treble, como lhe chamam os ingleses) - vencer na mesma época o campeonato, a taça e a Champions.

Real Madrid e Inter Milão, matematicamente, entram também nestas contas porque estão na luta nas três provas. Mas em ambos os casos, a conquista dos campeonatos internos parece um objetivo já impossível de alcançar - os merengues estão a 11 pontos do líder Barcelona quando faltam disputar sete jornadas em Espanha; os milaneses, carrascos de FC Porto e Benfica na Champions, têm menos 21 do que o líder Nápoles. Ou seja, uma missão quase impossível.

A Liga inglesa chegou a parecer uma miragem para a equipa onde atuam os portugueses Rúben Dias e Bernardo Silva. Mas os sucessivos escorregões do líder Arsenal deixaram o City mais perto da revalidação do título, pois neste momento estão a apenas dois pontos dos gunners e só dependem de si para chegar ao primeiro lugar, já que têm menos dois jogos, o equivalente a seis pontos em caso de vitória.

As contas da Premier League ficaram na quarta-feira muito bem encaminhadas para o Manchester City, após o categórico triunfo no Etihad por 4-1 sobre o rival de Londres treinado por Mikel Arteta. A diferença é agora somente de dois pontos, com essa particularidade o City ter dois jogos em atraso.

Na Taça de Inglaterra, a equipa já assegurou presença na final, ao eliminar nas meias-finais o secundário Sheffield United, com um hat trick de Mahrez. E tem já encontro marcado para o mítico Estádio de Wembley, no dia 3 de junho, onde terá como adversário o Manchester United de Bruno Fernandes e Diogo Dalot, que eliminou o Brighton.

Depois, claro, há o sonho da conquista do grande troféu, a Liga dos Campeões, que Pep Guardiola já ganhou duas vezes ao serviço do Barcelona (2008-09 e 2010-11), mas que tem falhado sucessivamente no City. Mas, para lá chegar, terá já em maio de conseguir ultrapassar o Real Madrid, o papa taças, nas meias-finais. Depois na final de Istambul, a 10 de junho, logo se verá.

O tema do triplete é algo, contudo, que o treinador Pep Guardiola não quer ouvir falar tão cedo. "Só falarei nisso se vencermos o campeonato e a Taça de Inglaterra. Estamos ainda longe, muito longe. Isso será tema para antes da final da Champions se conseguirmos os outros dois objetivos. Quantas vezes em Inglaterra um clube conseguiu esse feito incrível? Uma única vez. Os nossos vizinhos [Manchester United] conseguiram-no em séculos. Vamos com calma", disse, recusando euforias antecipadas.

O City, refira-se, foi o clube de futebol a nível mundial que mais investiu na última década. Só desde a temporada 2016-17, quando Guardiola chegou ao clube, foram gastos cerca de 1,3 mil milhões de euros em reforços. Entre os craques mais caros adquiridos pelo clube que tem como proprietário o xeque qatari Sheikh Mansour estão nomes como Jack Grealish (117,50 M), Kevin De Bruyne (76 M), Rúben Dias (71,6 M) e Rodri (70 M). Haaland, o maior goleador da equipa esta época com 49 golos em 43 jogos, curiosamente, foi apenas o nono mais caro - 60 M.

De acordo com a imprensa inglesa, cada jogador do City receberá um prémio de 2,3 milhões de euros caso o clube conquiste o triplete.

Em toda a história do futebol, apenas sete clubes conseguiram conquistar o triplete num total de nove vezes (Bayern e Barcelona conseguiram-no em duas ocasiões). Além destes dois gigantes, também Celtic, Ajax, PSV, Manchester United e Inter Milão integram esta restrita galeria.

O termo triplete aplica-se às equipas que além das duas provas internas mais importantes (campeonato e Taça), conseguem juntar na mesma temporada a conquista da Liga dos Campeões.

Mas se juntarmos outra prova europeia que não a Liga dos Campeões, o lote de clubes aumenta e até integra um emblema português, no caso o FC Porto, que até o fez em duas ocasiões. A primeira com Mourinho, em 2002-03, que juntou ao campeonato e à Taça de Portugal a conquista da Taça UEFA, batendo na final de Sevilha o Celtic, da Escócia, por 3-2, após prolongamento. Os dragões voltaram a repetir o feito em 2010-11, com André Villas-Boas no comando da equipa. Depois da I Liga e da prova rainha do futebol português, os portistas conquistaram a Liga Europa numa inédita final entre emblemas nacionais, batendo o Sp. Braga por 1-0, com um golo do colombiano Falcão.

nuno.fernandes@dn.pt

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt