CIP assina e 'dá' luz verde à Confederação Empresarial
A Confederação Empresarial de Portugal (CEP) já está formalmente constituída. As associações patronais AEP e AIP e a Confederação da Indústria (CIP) chegaram há dias a acordo e subscreveram o protocolo que dá forma jurídica ao órgão de cúpula do associativismo português.
De fora ficam, para já, a Confederação do Comércio e a do Turismo, que poderão vir a juntar-se mais tarde ao projecto, cuja apresentação pública poderá ocorrer ainda em Outubro. Estabelecidos os princípios e o modelo, prosseguem as negociações tendentes a acordar algumas questões organizacionais.
As reuniões entre os três parceiros vão manter-se. "O modelo já existe, embora haja ainda algumas arestas que têm de ser limadas", adiantou ao DN uma fonte próxima do processo. E explica "Prendem-se não com princípios, porque estes estão estabelecidos, mas com questões de organização".
Em negociação estão, entre outras matérias, os nomes das pessoas que ocuparão os vários cargos, entre os quais os do conselho de administração. "O presidente será um grande empresário nacional, perfeitamente independente de qualquer uma das associações que integrará o CEP", sublinhou ao DN o responsável contactado. O nome de José Roquette tem enchido as páginas dos jornais desde Abril de 2004, altura em que a AEP e a AIP anunciaram a decisão de avançar sozinhas para a constituição da Confederação Empresarial de Portugal, a que agora se associa a CIP. Fonte próxima do processo garantiu ao DN que José Roquette já aceitou presidir à CEP e que Manuel Carlos, ex-presidente do ICEP e do IAPMEI foi convidado para assumir o cargo de director-geral. O DN tentou contactar ambos, mas não obteve resposta de nenhum até à hora do fecho desta edição.
Assim, a CEP poderá vir mais tarde a abranger outras associações patronais, ficando de fora, por opção, a Confederação dos Agricultores. Todas as entidades que vierem a fazer parte do órgão de cúpula do associativismo português "manterão a sua existência jurídica e funções normais, transferindo para a confederação as suas responsabilidades institucionais".
Assim, tudo o que são matérias que se prendem com a representação nacional e internacional do empresariado, nomeadamente "falar a uma só voz" junto do Governo, passará a ser competência da CEP. Apoio ao tecido empresarial, formação profissional, organização de feiras e exposições, entre outras, são funções que se manterão na esfera das associações.
A adesão da CIP à Confederação Empresarial de Portugal cria condições para que a CEP se torne uma realidade prática e avance no terreno. Recorde-se que "a primeira versão" da CEP foi constituída em Abril de 2004 (ver caixa), tendo então a AEP e AIP decidido adiar o anúncio dos órgãos sociais por 120 dias para poderem contactar outras associações.
Na altura, Rocha de Matos, presidente da AIP, mostrou-se convicto de que a CEP seria a "pedrada no charco" que levaria à "unificação do associativismo empresarial", enquanto Ludgero Marques, presidente da AEP, salientou que o novo organismo não pretendia "agredir ninguém".