Cinco euros para ver Castelo de S. Jorge

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Entrar no Castelo de São Jorge, em Lisboa, vai passar a custar cinco euros, mais dois do que aquilo que vem sendo pago desde 2004, altura em que a entrada no monumento mais visitado da capital deixou de ser gratuita. Esta decisão, que segundo a autarquia visa a conservação e reabilitação do castelo e o aumento do investimento em novos e atractivos equipamentos, vai mesmo avançar, o mais tardar em Outubro. Isto, independentemente das vozes contestatárias que já estão a surgir por parte dos partidos da oposição.

"Julgar intenções não me parece aceitável. Espero que depois avaliem os resultados desta decisão que já estava prevista desde 1995 e que eu estou apenas a aplicar", disse ao DN José Amaral Lopes, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e presidente da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) - firma criada em 1996 com o pressuposto de que o ingresso fosse pago.

Salientando que o precário agora imposto não tem a ver com questões políticas, o vereador diz que "este era o valor já estava previsto por empresas que fizeram a análise financeira com vista a concretizar projectos que têm sido sistematicamente adiados por falta de verbas".

O director de comunicação da EGEAC, Pedro Nereu, vai mais longe e refere que "já em Março de 2004 o ideal era os bilhetes custarem cinco euros para se poder reinvestir no castelo. Todos os estudos apontavam para este valor. O que se está a fazer agora é só repor esse montante, com dois anos de atraso".

Com a cobrança deste valor, já contestado pela CDU, pelo PCP e pelo vereador José Sá Fernandes, eleito pelo Bloco de Esquerda; a EGEAC acredita que a receita da bilheteira aumentará pelo menos mais um milhão de euros por ano, caso a tipologia dos visitantes se mantenha. Ou seja, 83% serem estrangeiros e mantendo-se isentos de pagar os residentes em Lisboa, os menores de dez anos e os maiores de 65, bem como os descontos de 90% para grupos escolares e 50% para estudantes e famílias com mais de três pessoas.

Com o preçário que irá entrar em vigor, os dois responsáveis acreditam ser possível não só suportar os custos de manutenção, que anualmente rondam os 1,5 milhões de euros, como concluir as escavações arqueológicas, criar um núcleo museológico, concluir a sinalética interna, aumentar o serviço educativo para crianças e passar as visitas guiadas para mais de três idiomas.

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