Vão nascer residências universitárias dentro das estações de comboio da Grande Lisboa nas próximas semanas. O protocolo de desenvolvimento destes espaços foi assinado esta quinta-feira entre a IP - Infraestruturas de Portugal e o ISCTE e a Universidade Nova de Lisboa..O investimento nestas residências vai custar 30 milhões de euros e será feito exclusivamente por privados. A primeira destas unidades será inaugurada entre o final de 2022 e o início de 2023. .Santa Apolónia, Pragal, Carcavelos, Monte Abraão e Portela de Sintra vão ser as estações contempladas com estas residências universitárias com custos controlados. O objetivo é reduzir custos para os alunos poderem estudar na capital portuguesa.."A falta de residências para estudantes é um grave problema público", assinalou Maria de Lurdes Rodrigues, reitora do ISCTE. "É uma situação que aflige as famílias, as universidades - que não podem cumprir a missão de democratização e internacionalização do ensino superior - e o Governo - que tem de encontrar soluções", acrescentou..O ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, assinalou que "o alojamento a preços regulados é uma medida da maior necessidade". Do lado das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos lembrou que "ainda há muitos jovens que não podem concretizar o seu sonho porque não têm capacidade financeira"..Entre as cinco estações que vão ter residências, Santa Apolónia, Pragal e Carcavelos vão ter prioridade sobre Monte Abraão e Portela de Sintra..Santa Apolónia será a primeira residência a ser inaugurada, "entre o final de 2022 e o início de 2023", segundo o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, que tem o pelouro do património na gestora pública de infraestruturas rodoferroviárias. Nesta estação, a residência irá ocupar um dos edifícios sem ocupação há vários anos - o outro será dedicado ao hotel gerido pelo grupo Sonae - e haverá 260 camas. Será uma requalificação do espaço..Nas restantes estações, as residências serão construídas no parque de estacionamento, que passará a ser parcialmente subterrâneo. As residências de Carcavelos, Pragal, Monte Abraão e Portela de Sintra terão 240 camas cada..A IP, além de rentabilizar património sem utilização, poderá ainda ficar com proveitos financeiros "se houver margem de lucro", lembrou Carlos Fernandes. Mesmo que não haja ganhos, "o património será transferido para a IP no final do contrato de concessão, que terá uma duração entre 20 e 30 anos"..Os restantes pormenores deste acordo entre a IP e as duas universidades públicas apenas serão conhecidos nos próximos meses, depois das negociações com os municípios. A este protocolo vai ainda juntar-se a Universidade Católica de Lisboa..Leia mais em Dinheiro Vivo a sua marca de economia