Cimeira da NATO fecha fronteiras em Vilar Formoso

17 Anos depois da entrada em vigor do "Acordo de Schengen" as fronteiras terrestres voltaram a ser fechadas. É a segunda vez que tal acontece e a medida deriva da realização da Cimeira da NATO. Todos os veículos são sujeitos a controlo documental. A vistoria de galeras e furgões é aleatória mas para os habitantes da raia "os perigos não estão na fronteira". <br />
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"O controlo nestes dias deve ser lá para Lisboa onde se juntam os trutas que aqui na raia as coisas não são tão perigosas", desabafa Jorge Aristides a residir em Vilar Formoso e com "vida nos dois países". Para os raianos Vilar Formoso são três fronteiras, "a velha, a dos camiões e a principal" mas "em todas elas o dispositivo foi reforçado, incluindo na ferroviária onde são controlados os comboios procedentes de Espanha", afirma o director-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Manuel Pallos, ele próprio um raiano de Nave de Haver, conhece os prejuízos para as pessoas e talvez por isso as vistorias não demorem mais do que um minuto. "Estamos a minimizar o impacto para evitar constrangimentos na circulação de pessoas nas fronteiras".

Galeras e furgões não são inspeccionados mas o responsável garante que a operação "assenta na informação produzida, por todas as forças de segurança incluindo o SIS e diz quais os veículos pesados a inspeccionar".

Para alguns a paragem na fronteira causa transtorno para outros nem por isso certo é que "já ninguém estava habituado a parar" na fronteira luso-espanhola de Vilar Formoso, a maior do país, conta Pablo Sanchez, que entrou em Portugal vindo de Burgos. Já Carlos Martinez, um vendedor que cruza a fronteira, "várias vezes por semana", sabe que "há uma cimeira, politica" e apressa-se a mostrar os documentos.

Até às 24 horas de Sábado quem passar nas fronteiras terrestres com Espanha apercebe-se do aparato e da segurança que nas primeiras horas permitiu deter 9 pessoas, impedir a entrada a algumas e expulsar outras", garante o responsável do SEF. Já houve detenções mas Manuel Pallos não assume se alguns dos expulsos e impedidos de entrar estão ligados a grupos que "venham perturbar a ordem pública". Para esses "será impedida a entrada em Portugal", conclui.
E até ao final da Cimeira da NATO as fronteiras ficam fechadas e são retomados hábitos de outros tempos: quem quiser entrar em Portugal terá que apresentar os documentos na fronteira.

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