Cimeira da NATO fecha fronteiras em Vilar Formoso
"O controlo nestes dias deve ser lá para Lisboa onde se juntam os trutas que aqui na raia as coisas não são tão perigosas", desabafa Jorge Aristides a residir em Vilar Formoso e com "vida nos dois países". Para os raianos Vilar Formoso são três fronteiras, "a velha, a dos camiões e a principal" mas "em todas elas o dispositivo foi reforçado, incluindo na ferroviária onde são controlados os comboios procedentes de Espanha", afirma o director-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Manuel Pallos, ele próprio um raiano de Nave de Haver, conhece os prejuízos para as pessoas e talvez por isso as vistorias não demorem mais do que um minuto. "Estamos a minimizar o impacto para evitar constrangimentos na circulação de pessoas nas fronteiras".
Galeras e furgões não são inspeccionados mas o responsável garante que a operação "assenta na informação produzida, por todas as forças de segurança incluindo o SIS e diz quais os veículos pesados a inspeccionar".
Para alguns a paragem na fronteira causa transtorno para outros nem por isso certo é que "já ninguém estava habituado a parar" na fronteira luso-espanhola de Vilar Formoso, a maior do país, conta Pablo Sanchez, que entrou em Portugal vindo de Burgos. Já Carlos Martinez, um vendedor que cruza a fronteira, "várias vezes por semana", sabe que "há uma cimeira, politica" e apressa-se a mostrar os documentos.
Até às 24 horas de Sábado quem passar nas fronteiras terrestres com Espanha apercebe-se do aparato e da segurança que nas primeiras horas permitiu deter 9 pessoas, impedir a entrada a algumas e expulsar outras", garante o responsável do SEF. Já houve detenções mas Manuel Pallos não assume se alguns dos expulsos e impedidos de entrar estão ligados a grupos que "venham perturbar a ordem pública". Para esses "será impedida a entrada em Portugal", conclui.
E até ao final da Cimeira da NATO as fronteiras ficam fechadas e são retomados hábitos de outros tempos: quem quiser entrar em Portugal terá que apresentar os documentos na fronteira.