Cientistas testam aparelho para detetar cancro através da respiração
Um grupo de cientistas do Centro de Investigação do Cancro de Cambridge, no Reino Unido, está a testar um aparelho de biópsia respiratória que pode revolucionar a forma como a doença é diagnosticada.
Segundo o jornal The Guardian, a expetativa é que o aparelho se revele um método simples e mais barato de sinalizar doentes cancerígenos do que os mecanismos que atualmente existem.
A experiência de dois anos está a ser levada a cabo pelo hospital Addenbrooke, em Cambridge, e estão a ser recrutados 1500 pessoas, entre saudáveis e pacientes de cancro, para o despiste dos resultados. A investigação irá incidir primeiro em pessoas com suspeitas de sofrerem de cancro no esófago e no estômago, estando previsto que depois seja estendido para o cancro na próstata, rim, bexiga, fígado e pâncreas.
"Precisamos urgentemente de desenvolver novas ferramentas, como este teste respiratório, que pode antecipar o diagnóstico e a deteção do cancro, dando aos pacientes mais hipóteses de sobreviver a esta doença", afirmou a professora Rebecca Fitzgerald, a responsável máxima pela investigação. "Através deste ensaio clínico, esperamos encontrar marcas na respiração para detetar o cancro mais cedo. É um passo crucial no desenvolvimento desta tecnologia", sublinhou ao The Guardian.
O teste consiste em pedir aos pacientes para respirarem paras dentro de uma máscara durante dez minutos. As moléculas transportadas pelo ar, denominados de compostos orgânicos voláteis, são recolhidas pelo aparelho e enviadas depois para um laboratório de análise em Cambridge.
Os cientistas acreditam que as células do corpo produzem uma variedade de compostos orgânicos voláteis como parte de seus processos metabólicos normais. Ou seja, as moléculas entram nos pulmões e surgem na respiração e são essas alterações moleculares que podem ser reconhecidas na análise dos dados em laboratório.