Cientistas russos confirmam descoberta portuguesa
Cientistas do Joint Institute of Nuclear Research, da Rússia, divulgaram "sinais claros" da presença da partícula, chamada de E(38), obtidos em três experiências diferentes, referiu à Lusa o investigador de Coimbra, Eef van Beveren.
A E(38), sugerida pela primeira vez publicamente em fevereiro de 2011 por Eef van Beveren e George Rupp, é a mais leve partícula nuclear até agora observada.
"Até hoje, fui só eu a mostrar em vários dados experimentais que havia indícios de existir esta partícula, agora é um grupo completamente independente que confirma a existência desta partícula em três experiências diferentes", explicou.
Eef van Beveren utilizou dados de experiências do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN), mas da parte da instituição com sede na Suíça só recebeu "contrapropostas" e o argumento de que se tratava de um "artefacto do equipamento" e não uma nova partícula.
O resultado do trabalho dos cientistas russos, moldavos e arménios deixou o especialista da Universidade de Coimbra satisfeito, embora diga que a reação da comunidade científica internacional é "imprevisível".
A nova partícula, comparável a uma ínfima "bola de sabão, é 25 vezes mais leve do que um protão e, depois de avaliadas as suas propriedades e o seu armazenamento, poderá realmente ter implicações de longo alcance", mas "só num futuro bastante afastado", salientou.
O cientista calcula que "um miligrama desta matéria dará para um mega watt durante um ano".
Se assim for, ela poderá servir como "combustível nuclear limpo, dado que ao depositar o seu calor, desintegra-se por completo" sem deixar resíduos.
Uma substância "leve com energia muito concentrada será, com certeza, o combustível ideal para naves espaciais, durante as suas longas viagens no espaço", exemplificou Eef van Beveren.