Dois rins de um porco geneticamente modificado foram transplantados, com sucesso, para o corpo de um humano que estava em morte cerebral, revela um estudo publicado esta quinta-feira no American Journal of Transplantation..O transplante de órgãos suínos em humanos promete aumentar o número de órgãos disponíveis para transplante e evitar milhares de mortes nos EUA todos os anos devido à escassez de órgãos, de acordo com a publicação científica.."Embora o stresse fisiológico no corpo não fosse um ambiente ideal para sustentar a função renal, os rins produziram urina e não foram rejeitados no curto prazo", lê-se no documento divulgado a propósito do trabalho dos cientistas agora publicado..Os peritos consideram que o estudo fornece "informações importantes" e identifica várias áreas em que são necessárias pesquisas adicionais antes de o xenotransplante poder ser usado para ajudar a resolver a atual escassez de órgãos.."Este estudo fornece conhecimento que não poderia ser gerado em modelos animais e aproxima-nos de um futuro onde o fornecimento de órgãos atende a tremenda necessidade", defende o autor principal do trabalho, Jayme E. Locke, da Universidade do Alabama, citado em comunicado..Segundo a publicação, na investigação foi usado um novo modelo humano pré-clínico para responder a várias questões críticas de segurança, por forma a promover este tipo de transplante em humanos vivos..No dia 7 de janeiro, uma equipa de cirurgiões americanos transplantou com sucesso o coração de um porco geneticamente modificado numa pessoa..O paciente, David Bennet, tinha sido considerado inelegível para receber um coração de outro ser humano..O homem de 57 anos, residente em Maryland, está a ser cuidadosamente acompanhado para se perceber como o novo órgão funciona. "Era morrer ou fazer este transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é a minha última escolha", disse um dia antes da cirurgia..A Food and Drug Administration concedeu autorização de emergência para a cirurgia a 31 de dezembro, num último esforço para o paciente que não era elegível para um transplante convencional.