Até Junho deste ano, o grupo espanhol Plasa, que adquiriu recentemente a Lusotur, então liderada por André Jordan, deverá apresentar um projecto reformulado com vista à criação de uma cidade lacustre perto da praia da Falésia, em Vilamoura, apurou o DN junto da empresa. Uma reformulação que já está a levantar algumas questões por parte dos ambientalistas..Para já, o que se sabe junto de várias fontes é que um gabinete de arquitectos do país vizinho está a avaliar o projecto na sua globalidade, no âmbito do Plano Vilamoura XXI, a fim de tomar uma decisão sobre o caminho a seguir.. O projecto inicial da cidade lacustre apontava para a construção de mais de uma centena de moradias de luxo, em torno de um lago artificial de grandes dimensões existente desde a década de 80. .Uma nova componente no empreendimento, considerado o maior de todos os que estão inseridos no Plano Vilamoura XXI, passava pela criação de um acesso junto à lagoa para barcos de recreio com ligação à marina. ."A ideia é que as pessoas venham da marina até à cidade lacustre de barco, a pé ou de carro", disse ao DN um técnico conhecedor do projecto. .Num período de indefinições, não falta quem receie que os espanhóis, que despenderam 400 milhões de euros na compra da Lusotur, excluindo os campos de golfe, ao relançarem agora projecto da cidade lacustre possam vir a afectar a desejada qualidade, a qual tem servido de chavão ao Plano Vilamoura XXI. Até porque procurarão naturalmente rentabilizar o avultado investimento já efectuado. .A futura cidade lacustre vai implicar alterações ao nível das margens do lago. .Como este "foi criado e nunca mais foi mexido, neste momento está cheio de vegetação, além de ter ganho alguma importância em termos de aves que ali nidificam, como sucede com várias espécies protegidas, nomeadamente rouxinóis, patos-reais, galinhas-d´água e galinhas-soltanas, entre outras", referiu ao DN João Ministro, da associação ambientalista Almargem.. A partir da altura em que começarem ali a surgir moradias e barcos, o impacto será significativo, alerta aquele especialista..No entanto, o mesmo especialista reconhece que a referida lagoa não é a zona mais importante de toda a área ecológica. .Contudo, alerta "Como a área disponível para essas aves vai ser drasticamente reduzida, elas terão de se refugiar noutras áreas menos ocupadas.". Um dos objectivos do parque ambiental anteriormente criado pela Lusotur foi "proporcionar áreas de compensação" às zonas que iriam ser afectadas pelos projectos de Vilamoura XXI. .De acordo com a Almargem, "o projecto arrancou, tendo sido criadas novas lagoas, mas ficou, entretanto, abandonado por falta de manutenção.".Mas " se agora avançarem com obras sem uma área devidamente preparada para acolher as aves que eventualmente vão ser afectadas pela ocupação urbanística, não será nada positivo".. "Receio que os espanhóis não respeitem o que estava definido no anterior projecto", sublinha um responsável daquela associação ambientalista.