Chuva não retira apoios previstos devido à seca

Todos os apoios previstos para ajudar os produtores, devido às consequências da situação de seca, vão manter-se, apesar da chuva dos últimos dias, pois referem-se a prejuízos já registados, afirmou hoje a ministra da Agricultura.
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"Tudo o que estava previsto mantém-se, porque teve em conta uma evolução muito negativa, que foram os quatro meses sem chuva e os prejuízos que esse tempo determinou", referiu Assunção Cristas.

A ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) falava aos jornalistas no final da cerimónia de entrega do Prémio BES Biodiversidade, este ano atribuído ao projeto "Lobo Marinho - uma espécie em recuperação na Madeira".

"Todo o pacote que foi aprovado pelo Governo e que está em execução e, em alguns casos, já foi mesmo executado, continua a ter sentido e nada se altera", realçou a governante.

Questionada acerca das alterações que os últimos dias de chuva podem ter na situação, Assunção Cristas disse que já parou a tendência de agudização da seca.

O último relatório, com dados de meados de abril, mostra que "estavamos muma tendência crescente de seca e isso parou, melhorou ligeiramente na parte hidrológica", que se refere à água nas albufeiras e nas charcas privadas.

Mas, naquela altura Portugal ainda enfrentava um "retrato de seca severa e seca extrema muito negativo".

O próximo relatório sobre a situação hidrológica, a publicar "em breve", deverá determinar "uma evolução melhor, mas estamos a aguardar", acrescentou a ministra.

Segundo dados divulgados a 18 de abril pelo Instituto de Meteorologia, Portugal continental mantém-se com 57 por cento do território em seca extrema e 42 por cento em seca severa.

Em resposta aos jornalistas acerca da presença do tema ambiente na agenda da cimeira Luso-Espanhola, a ter lugar na quarta-feira, no Porto, Assunção Cristas limitou a dizer que "é um tópico importante", até porque irá existir um parque internacional do Tejo.

Durante a sua intervenção no anúncio e entrega do prémio BES Biodiversidade, a ministra salientou a importância de projetos deste tipo e do esforço de participação de algumas instituições nacionais com vista à conservação da natureza.

"Estamos a contribuir para o país, para os premiados, que têm meios para prosseguir o caminho, e a contribuir também para o bem-estar, e há quem diga que até para a felicidade dos lobos marinhos, ou focas monge, na ilha da Madeira, nas ilhas Desertas", disse a ministra.

Os lobos marinhos são uma espécie em risco de extinção a nível mundial e apenas em dois locais começa agora a dar sinais de recuperação, na Madeira e na Grécia.

"Sabemos que nos anos 80 só havia seis a oito indíviduos, sabemos que hoje há cerca de 50 e seguramente com este apoio estes vão reproduzir-se em boas condições e teremos mais, e o Parque Nacional da Madeira está de parabéns", frisou Assunção Cristas.

A governante congratulou-se pelo facto de, dos 350 a 450 indivíduos existentes a nível mundial, cerca de 50 estarem na Madeira.

Além dos lobos marinhos, o BES Biodiversidade atribuiu menções honrosas aos projetos "Guia dos peixes de água doce em Portugal: Conhecer a biodiversidade para a poder conservar", da Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e "Rede de Micro-resrvas Biológicas", da Quercus.

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