Chega o novo Windows. Alguns segredos escondidos mesmo à sua frente
O Windows 11 começa a ser lançado para o público em geral esta terça-feira. Ao longo dos próximos dias, ou meses -- o processo durará até ao fim do primeiro trimestre do próximo ano --, os computadores compatíveis com o novo sistema operativo da Microsoft receberão a notificação de que podem fazer a atualização.
Na memória fica: "o Windows 10 será a última versão do Windows". A afirmação, feita em 2015 por um programador sénior da Microsoft quando a empresa se preparava para lançar o seu então novo programa, chegou a ser amplamente reproduzida, criando-se então a tese de que, a partir daí, apenas haveria atualizações progressivas de sistema ou retoques de design sobre "o melhor sistema operativo que alguma vez fizemos", como o classificou o presidente da empresa, Satya Nadella.
Claro que dificilmente isto poderia ser verdade. Desde logo porque a tecnologia evolui de forma tão acelerada que a dada altura deixaria de fazer sentido, seria até confuso, continuar a chamar 10 a uma versão do programa já tão afastada do original que estava irreconhecível (não que a Microsoft não tenha um bem longo historial de nomes confusos.... Windows ME?!); depois porque mudar o nome do produto de tempos a tempos simplesmente faz sentido do ponto de vista do marketing.
Tal como aconteceu com o 10, o Windows 11 será gratuito para quem tenha computadores considerados compatíveis (ler mais abaixo).
Provavelmente a mais esperada funcionalidade desta nova geração do sistema da Microsoft é o facto de permitir usar as apps do sistema da Google. E para o fazer recorre à Amazon...
Já era possível correr apps Android no Windows, se se tivesse um telemóvel Samsung Galaxy (via a app MyPhone) ou através de um emulador, como o BlueStacks. Mas esta é a primeira vez que a Microsoft abre de forma sustentada o seu OS às mais de 500 mil apps criadas para o sistema que estamos habituados a ver em telemóveis.
Para lhes aceder é necessário descarregar a Appstore da Amazon, que estará disponível na nova loja da Microsoft. Depois o utilizador terá de se identificar com a sua conta Amazon (ou criar uma) antes de descarregar as apps Android que pretende.
Uma vez que esta é uma parceria entre a Microsoft e a Amazon e não com a Google, não irá encontrar exatamente todas as apps que tem disponíveis na PlayStore do telemóvel, por isso não se admire se o seu jogo preferido não estiver lá...
Como terá reparado em qualquer imagem do novo Windows 11, este passou o menu Iniciar para o centro do ecrã, em lugar de estar à esquerda. Os mais críticos dirão que é uma cópia do Mac (chamemos-lhe inspiração...). Os mais exculpatórios afirmarão que é a localização lógica, uma vez que é o local onde o olhar pousa naturalmente -- e como tal terão demorado décadas a perceber tal coisa em Redmond...
Seja como for, nesta The Dock (perdão, este é o nome no MacOS) do Windows 11, a Microsoft incorporou diretamente o Teams, a sua ferramenta de conversação e videochamadas, que assim fica totalmente integrada no sistema.
Com um simples clique, é possível ver os contactos, as mensagens, etc, o que é sem dúvida uma grande ajuda para o trabalho e não só.
Há décadas que a Microsoft anda a tentar implementar os widgets no desktop do Windows, verdadeiramente sem grande êxito. Poucas pessoas alguma vez usaram pouco mais do que o relógio analógico ou talvez um "reminder" de agenda...
Desta vez, no entanto, com o hábito que os utilizadores já têm de ver informação condensada num pequeno ecrã, no telemóvel, a aposta foi criar uma área configurável -- assistida por inteligência artificial --, acessível através de um simples clique, em que aparece informação relevante.
Isto já existe hoje no Windows 10, nas mais recentes versões, sob o nome de "News and Interests/Notícias e interesses", na barra de tarefas. O Windows 11 amplia o conceito, permitindo mesmo levá-lo para ecrã total. E fica agora à esquerda, onde era o menu Iniciar.
Boas notícias para quem trabalha com muitas janelinhas: com o Windows 11 passa a ser mais fácil dispor todas as janelas no ecrã.
Isto faz-se através de um novo botão que surge no topo, entre o X e o botão de minimizar. Calcando aí, aparece uma opção de disposição para as janelas. Escolha uma e defina onde quer colocar a janela em causa.
Estes grupos podem depois ser minimizados ou restaurados como se fossem uma só janela.
A Microsoft estabeleceu um padrão relativamente exigente de hardware para a compatibilidade do Windows 11, deixando para trás gerações de processadores mais antigas -- incluindo alguns dos seus próprios modelos Surface (segundo a americana PC World, das 25 famílias Surface já lançadas, apenas 13 serão compatíveis).
A própria empresa fornece uma forma simples de saber se o seu computador pode ser (oficialmente) atualizado: descarregue a app PC Health Check e corra-a no seu computador. Esta dir-lhe-á se ele é compatível com o Windows 11.