CGD investe 250 milhões em Espanha e estuda aquisições

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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai investir 250 milhões de euros no relançamento do Banco Simeón, a sua marca bancária para o mercado espanhol. Com um ambicioso plano de expansão a aplicar até 2010, a Caixa tem como objectivo ser "o melhor especialista de Portugal em Espanha", como referiu Carlos Costa, administrador da CGD para a área internacional, na apresentação da estratégia para aquele mercado.

"A ambição é duplicar o balanço, triplicar os activos e duplicar o número de clientes", precisou Carlos Costa. E para isso não afasta também a hipótese de vir a concretizar uma aquisição de um banco espanhol. "Se surgir uma oportunidade, analisaremos e colocaremos a questão ao accionista", adiantou aquele administrador. O DN soube que a administração da CGD está neste momen- to a analisar algumas hipóteses de aquisição no mercado espanhol.

Para já, o Simeón irá aumentar o seu capital social de 167 para 442 milhões de euros, uma injecção de 275 milhões de euros, dos quais 250 serão subscritos pela CGD e os restantes 25 milhões pelos accionistas minoritários (que detêm 0,4% do capital).

Este investimento irá financiar uma estratégia em duas fases entre 2005 e 2007, a revitalização e breakeven da operação e de 2008 a 2010, consolidação e rentabilidade do banco.

Com o breakeven previsto para o último trimestre de 2006, a Caixa Geral de Depósitos espera que o Simeón atinja 60 a 70 milhões de euros de lucros em 2010. No ano passado, o banco registou 11,8 milhões de euros de prejuízos, re-sultado que será agravado este ano para cerca de 20 milhões de euros.

Com uma proposta de valor baseada na banca de relação e na liderança do negócio bilateral entre os dois países, o Simeón quer chegar aos 330 mil clientes particulares em 2010, duplicando a base actual e atingindo 10 mil milhões de euros sob gestão. Nas pequenas e médias empresas (PME), o objectivo são as 50 mil.

O número de balcões vai passar dos actuais 176 para 300 em 2010. Os custos de marketing para a implementação desta estratégia serão de 10 milhões de euros.

O presidente da comissão executiva do Simeón, Faria de Oliveira, anunciou, por sua vez, que o banco decidiu adoptar umnovo modelo de governance, alinhado com as melhores práticas espanholas.

O objectivo é reforçar o capital do Simeón, que subirá para 300 o número de balcões
Financial vai ser revitalizado

A CGD vai revitalizar a instituição bancária que ainda possui no Brasil, o Banco Financial Português. A notícia foi avançada por Carlos Costa, que adiantou ser esta a alternativa em estudo para aquele mercado, após a venda dos 12% que a Caixa possuía no Unibanco. Realçando a importância que o mercado espanhol tem actualmente para a CGD, o seu administrador fez ainda referência às restantes operações internacionais, salientando a filial na África do Sul, onde o Mercantile Lisbon registou uma valorização, após ter recebido uma injecção de capital como o Simeón.

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