Centro histórico de Évora vai ter recriação em 3D

A evolução do centro histórico de Évora desde os romanos até ao século XIX vai ficar à distância de um "clique", num projeto inovador, em Portugal e na Europa, de recriação virtual em 3D da zona intramuros.
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O "Projeto de Reconstituição Digital da Cidade de Évora" envolve a câmara municipal e a Universidade de Évora (UÉ), através do Centro de História de Arte e Investigação Artística (CHAIA) e do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS).

A parceria, cujo protocolo já foi assinado, vai aplicar as novas tecnologias na interpretação, valorização e divulgação do património do centro histórico da cidade, desde o período romano (século I e II depois de Cristo) até ao século XIX.

"A ideia é fazer a reconstituição virtual da zona intramuros, em diferentes épocas da sua história, para ficarmos com uma ideia global de como evoluiu e termos acesso a essa recriação", explicou hoje à agência Lusa Paulo Simões Rodrigues, diretor do CHAIA.

Uma reconstituição digital e com recurso a técnicas de três dimensões (3D), acrescentou, adiantando que o trabalho vai ficar disponível na Internet, "quer na página da câmara, quer nas páginas dos dois centros de investigação" envolvidos.

"O projeto vai envolver a consulta de variadas fontes de informação sobre a história da cidade, para que possamos fazer uma representação visual do conhecimento e torná-lo mais acessível", permitindo que as pessoas "tenham uma ideia de como era a ambiência da cidade nas diferentes épocas", frisou.

Segundo o diretor do CHAIA, a iniciativa é "inovadora" em termos nacionais e europeus: "Há vários projetos deste tipo pela Europa fora, mas estão focados apenas num determinado período, não em várias épocas históricas".

Além disso, o projeto ganha relevância em Évora, cujo centro histórico é Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

"É interessante porque Évora destaca-se, mais do que pela monumentalidade, por ter assimilado marcas e vestígios das diferentes épocas", disse.

"Está tudo muito presente e, num edifício, conseguimos encontrar traços ou vestígios de vários séculos", realçou, explicando que o projeto vai permitir "decompor essas camadas".

Ao mesmo tempo que o trabalho tem "uma mais-valia em termos científicos", com a "representação visual e a três dimensões da cidade", reúne outras vantagens, nomeadamente turísticas.

"O projeto pode, futuramente, dar origem a aplicações para 'tablets' ou 'smartphones', as quais podem contribuir para atrair mais visitantes e vão despertar a curiosidade", exemplificou.

A iniciativa, que vai ser candidatada a financiamentos comunitários, apenas deverá estar pronta dentro de "dois ou três anos, no mínimo", estando agora o trabalho a iniciar-se com a pesquisa de fontes históricas e a recolha de informações.

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