Central a carvão de Sines entre as mais poluentes

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A central termoeléctrica a carvão da EDP, situada em Sines, integra uma lista negra das produtoras de energia eléctrica mais poluentes da União Europeia. De acordo com um relatório da organização ambientalista WWF (World Wild Life, na sigla em inglês), a instalação de Sines produz 1050 gramas de dióxido de carbono (CO2) por cada kilowatt/hora de energia produzida. Valores que representam um aumento de 600 toneladas a mais do que o previsto nas licenças de emissão, atribuídas pelo Governo, no âmbito do comércio de emissões de gases com efeito de estufa.

A termoeléctrica poderá de ter de dispender cerca de 13 milhões de euros para compensar a ultrapassagem dos limites. Todavia, os responsáveis da EDP asseguram que os montantes emitidos estão de acordo com a legislação em vigor. Marcolino Gomes, director de produção térmica da empresa produtora de electricidade, afirmou que "os valores dos poluentes emitidos estão conforme e mesmo abaixo dos limites permitidos por lei".

A instalação da EDP é a única empresa portuguesa na lista da WWF. A associação ambientalista elaborou um ranking das 30 fábricas eléctricas mais poluentes da União Europeia, classificadas segundo a sua eficiência energética. O cálculo baseou-se no número de gramas de dióxido de carbono emitidas por quilowatt de electricidade gerado. No topo da lista das produtoras menos eficientes está uma central situada na Grécia, seguida de perto por outra na Alemanha, encontrando-se em terceiro lugar uma empresa espanhola.

As emissões de dióxido de carbono não têm implicações na saúde humana, mas são as principais responsáveis pelo aquecimento do planeta. E só o sector eléctrico "é responsável por 37 % de todas as emissões de CO2 de origem humana", segundo Imogen Zethoven, líder da campanha Power Switch! da WWF. Recorde-se que o protocolo de Quioto, ratificado pela União Europeia, prevê, até 2012, uma redução de 5,2 % das emissões, relativamente aos valores que se atingiram no ano de 1990.

Para os ambientalistas da organização, substituir todas as fábricas europeias por novas unidades a carbono resultaria numa diminuição de 13,5 % das emissões de dióxido de carbono até 2030. Se, por outro lado, se optasse por uma transferência para o gás natural, a diminuição conseguida equivaleria a uma redução de 47,8%, taxa que passaria a 73,4% em caso de opção por fontes renováveis.

Este é o caminho apontado por Francisco Ferreira. No entanto, o ex-presidente da Quercus alerta para os perigos. "Ficar dependente do gás natural é um risco do ponto de vista da segurança energética".

O ambientalisa coloca a tónica na necessidade de reduzir o consumo e lembra que a central termoeléctrica a carvão de Sines é a termoeléctrica de maior potência em Portugal, a que mais tem funcionado e responsável pela maior parte da electricidade produzida no nosso País.

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