Centenas de pessoas no funeral de jovem bombeiro

Bernardo Figueiredo, de 23 anos, esteve internado no Hospital de São João, no Porto, durante cinco dias, depois de ferimentos graves no combate às chamas, mas acabou por morrer na madrugada de terça-feira.

O funeral realizou-se hoje na Igreja da Boa Nova, no Estoril, e no local estiveram, entre centenas de pessoas, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e bombeiros de corporações como Setúbal, Lisboa, Viseu ou Braga.

O cortejo fúnebre saiu até ao Cemitério da Galiza, também no Estoril, passava pouco das 11:00, sob o rufar dos tambores da fanfarra do quartel.

Os presentes acompanharam o cortejo a pé, ao lado do carro-escada dos Bombeiros do Estoril que transportou a urna de Bernardo, coberta de flores.

Para o comandante dos Bombeiros Voluntários do Estoril, Carlos Coelho, o momento é "muito, muito difícil".

"Vamos continuar o nosso trabalho e fazer de tudo para que estas situações trágicas não se repitam. Temos de estar unidos", disse aos jornalistas.

Um grupo de bombeiros de Tondela, concelho onde faleceu Bernardo, esteve também presente no funeral.

Pedro Loureiro, de 28 anos, ainda falou com Bernardo, quando foi resgatado com ferimentos. "Correram-me as lágrimas quando fui buscar as vítimas. Tenho colegas que psicologicamente não estão bem", afirmou.

Também Adelino Coimbra, da corporação de Tondela, lembrou que o vento é o maior inimigo e sublinhou que os bombeiros sabem os riscos que correm.

"Sofremos, choramos, mas temos de ir à luta. É preciso ter coragem e os olhos bem abertos", disse.

Do incêndio da Serra do Caramulo tinha já resultado a morte da bombeira Ana Rita Pereira, de 24 anos. Hoje, durante o funeral, foi dada a notícia de que outra bombeira, de 21 anos, morreu de manhã num incêndio na mesma serra.