Os bancos de sangue de cordão umbilical são cinco vezes mais eficientes que os registos de medula óssea. Ambos os produtos biológicos são usados para o tratamento da leucemia, mas o que é normalmente considerado um "desperdício" do parto envolve menos despesa e menor investimento a longo prazo, afirma Juan Garcia, do banco público de Barcelona. Por outro lado, garante ainda, este tipo de instituição assegura, com menos unidades de sangue, mais transplantes do que os registos de medula..A aposta nos bancos públicos de sangue de cordão umbilical está a crescer em todo o mundo, fruto também dos resultados positivos que este produto está a demonstrar no transplante em adultos. Actualmente, o registo mundial (que é acessível pela Internet) tem já mais de 90 mil unidades. Inicialmente tidas como uma solução exclusivamente dedicada a crianças com leucemias ou outras doenças graves do sangue, as células retiradas do cordão estão a demonstrar ser curativas e eficazes em transplantes com dadores não aparentados..Este tema esteve ontem em debate nas instalações do Centro Regional de Sangue do Porto, que se prepara para receber o primeiro banco público de sangue de cordão do País. Organizado pela Universidade do Porto e pelo Instituto Português do Sangue, o colóquio contou, para além de Juan Garcia, com a participação de outros hematologistas espanhóis com larga experiência neste campo. Guillermo Sanz, do Hospital Universitário La Fé, em Valência, por exemplo, faz parte de um grupo internacional de médicos que tem feito transplantes em adultos e crianças com este novo produto. O especialista salienta que "há estudos que demonstram que o sangue de cordão umbilical produz maior taxa de cura e causa menos problemas de doenças relacionadas com o transplante"..O sangue de cordão oferece ainda maiores hipóteses de compatibilidade. Guillermo Sanz afirma que a possibilidade de encontrar um dador é da ordem dos 80 a 90%, contra os valores entre 20 a 30% nos transplantes com medula óssea.