Celebrar a independência dos EUA com vinho Madeira
Na quarta-feira, vou juntar-me aos diplomatas e ao staff da Embaixada em Lisboa, do consulado em Ponta Delgada, aos nossos militares na Base das Lajes e a milhões de americanos em todo o mundo para celebrar o aniversário da Declaração de Independência dos EUA. Sendo o meu primeiro 4 de Julho como embaixador dos EUA, é particularmente gratificante para mim celebrar aqui, num país com o qual partilhamos laços tão estreitos de amizade. Quando recebeu o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa nesta semana na Casa Branca, o presidente Donald Trump destacou a enorme relação que temos com Portugal, salientando que, da sua perspetiva, "nunca foi melhor do que é agora". Não poderia estar mais de acordo.
Estou empenhado em aprofundar a nossa histórica amizade com Portugal, promovendo a prosperidade entre os nossos dois países, e assegurando a nossa segurança conjunta. E, de facto, este mês de junho foi um mês incrivelmente bem-sucedido para todos os que valorizam as fortes relações entre os EUA e Portugal.
Durante o Mês de Portugal nos Estados Unidos, representantes do governo, empresários, artistas e comunidades locais pelos EUA fora organizaram mais de cem eventos que destacaram tanto Portugal nos Estados Unidos quanto o sucesso de mais de 1,4 milhões de luso-americanos. Desde concertos em Nova Iorque a festivais na Califórnia, estas interações culturais, económicas e educacionais fortaleceram os laços entre as nossas comunidades e solidificaram ainda mais a base da nossa amizade.
A nossa segurança conjunta foi o ponto central das conversações entre o presidente Donald Trump e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, assim como entre o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o secretário de Estado, Michael Pompeo, e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, no início de junho. Nestas reuniões históricas, foi tratada uma série de assuntos relacionados com a nossa relação estratégica, incluindo o aumento da despesa na área da defesa ligada à NATO, o reforço da segurança energética europeia e o combate a ações desestabilizadoras por parte da Rússia. Neste quadro, os Estados Unidos continuam a reconhecer o valor estratégico da Base das Lajes e continuam empenhados na presença militar nos Açores. Portugal é uma importante potência atlântica.
Tive, igualmente, a honra de acompanhar o primeiro-ministro António Costa no seu trajeto "costa a costa" nos Estados Unidos, fazendo novas ligações e promovendo Portugal como um destino aliciante para investidores e inovadores. À sua visita seguiram-se importantes delegações portuguesas presentes na Conferência SelectUSA e na Conferência Mundial do Gás em Washington, no final deste mês. Nesta última, o secretário de Energia dos EUA, Rick Perry, expressou o seu grande interesse em apoiar o desenvolvimento de Portugal como um potencial eixo de gás natural liquefeito para a Europa. Perante todas estas ações, continuo a ver um grande potencial para empresas portuguesas e americanas. Da biotecnologia às novas fontes de energia, é claro que um aumento no comércio livre, justo e recíproco entre o Atlântico pode melhorar os meios de subsistência de milhões de cidadãos americanos e portugueses.
Fiquei também satisfeito de ver que o meu homólogo, o embaixador Domingos Fezas-Vital, organizou um evento ligado à educação em Washington, com o objetivo de aproximar universidades portuguesas e americanas. Enquanto Portugal é certamente um destino turístico em alta, sei que milhares de estudantes americanos beneficiariam muito em estudar aqui em Portugal. Não só desenvolveriam a sua educação, mas teriam também oportunidade de conhecer o país e de criar memórias duradouras que assegurariam a continuidade da nossa amizade na próxima geração. Tive também o prazer de saber que na sessão inaugural da Conferência Nacional do Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS) foi feito o anúncio de que o Departamento de Educação dos EUA vai adicionar português à sua lista de línguas cruciais. Isto vai promover o estudo da língua portuguesa nos Estados Unidos e vai facilitar o futuro intercâmbio de estudantes entre os dois lados do Atlântico.
Para comemorar o encerramento deste incrível mês de atividade política, económica e cultural, esta semana em Washington, o Presidente Rebelo de Sousa fez um brinde à América. A bebida escolhida para a ocasião foi, claro, vinho Madeira, a mesma bebida com que os fundadores do nosso país brindaram à assinatura da nossa Declaração de Independência, há 242 anos. Mais de dois séculos depois, vou celebrar a independência dos EUA em Portugal, igualmente com um copo de vinho Madeira, para brindar aos próximos 200 anos de amizade entre os EUA e Portugal. Viva Portugal, vivam os Estados Unidos.
Embaixador dos EUA