Cécilia Maria Isabel Ciganer Albéniz, mas chamam-lhe Madame Sarkozy

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Especialista em relações públicas e conselheira oficiosa do marido, Cécilia Sarkozy chega ao Palácio do Eliseu sem o desejar. "Não me imagino primeira dama. Gosto de usar calças e botas de cowboy. Não encaixo no perfil", dizia a antiga modelo em 2005, quando Nicolas Sarkozy era ministro do Interior e já não escondia a ambição de suceder a Jacques Chirac. Agora, aos 49 anos, esta mulher alta e elegante promete ser a principal arma do marido na presidência, mas a fama de rebelde e uma vida privada tumultuosa também podem revelar uma ameaça.

Mal-amada pelos próximos de Sarkozy, Cécilia foi desde o primeiro dia a eminência parda do marido. "A política é um mundo tão violento que a dois é mais suportável", disse Madame Sarkozy à revista Gala, em 2004.

Mas mais do que os políticos, foram os jornalistas que não pouparam esta ex-aluna das irmãs de Lübeck, um colégio de freiras em Paris. Sujeita à sobreexposição mediática, Cécilia tornou-se o centro das atenções quando, há dois anos, fugiu para Nova Iorque com o amante, o empresário marroquino Richard Attias. Meses depois, arrefecida a paixão, voltava para a casa de família, em Neuilly-sur-Seine, onde Sarkozy a recebeu de braços abertos.

Foi em 1984 que Cécilia e Nicolas se cruzaram pela primeira vez. Naquele dia de Agosto, Cécilia Maria Isabel Ciganer Albéniz, 27 anos, filha de um cigano romeno e uma espanhola, casou com o apresentador Jacques Martin, 24 anos mais velho. A presidir à cerimónia estava o então presidente da Câmara de Neuilly, Nicolas Sarkozy. Mesmo sendo casado, os amigos do novo Presidente francês garantem que este nunca esqueceu a bela morena.

Os Martin e os Sarkozy acabaram por se tornar amigos. Mas três anos depois, a paixão entre Cécilia e Nicolas foi mais forte que as convenções sociais. Quando saiu de casa, em 1987, Cécilia levou as duas filhas - uma com seis meses e outra de três anos. Sarkozy também tinha dois rapazes do casamento com Marie-Dominique Culioli. O litígio com a filha de um farmacêutico da Córsega adiou a união com Cécilia até 1996. Um ano depois nasceu o filho, Louis.

Do alto do seu 1,78 metros - uns bons centímetros mais que o mari- do -, Cécilia vai ganhando visibilidade à medida que Sarkozy se afirma na política. A pianista (chegou a ganhar um prémio do conservatório) cuida da sua imagem e dá-lhe conselhos para os discursos como maire de Neuilly (até 2002) e depois como ministro.

Na campanha para as presidenciais, consciente de ter todos os olhares postos nela, Madame Sarkozy optou pela discrição. Mas não evitou a polémica. Primeiro devido a uma decla- ração que fez em 2004, ao Libération. Na altura garantira ter "orgulho de não ter uma gota de sangue francês". Três anos depois, a extrema-direita não perdeu a ocasião de recuperar a frase e usá-la contra Sarkozy, ele próprio filho de um imigrante húngaro e neto de um judeu grego. O trabalho na sombra fez ressurgir rumores de separação. Só desapareceram quando surgiu de mão dada com o marido em Neuilly, na primeira volta. E, no último domingo, Cécilia aplaudiu a vitória eleitoral de Sarkozy, antes de surgir ao seu lado na Praça da Concórdia.

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