CDU denuncia "má gestão" de Moita Flores
Em conferência de imprensa para análise das contas de 2011 do município, os eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Santarém sublinharam que, ao contrário do "romanceado" pelo presidente da câmara, Francisco Moita Flores, "não foi, nem é, a crise vivida no país a causa da caótica situação económica e financeira" do concelho.
Acusando a gestão do PSD liderada por Moita Flores de "um contínuo aumento do consumo corrente", com a dívida a fornecedores a chegar aos 40 milhões de euros, a concelhia da CDU lamentou que esse consumo corrente tenha impedido a realização de obra no concelho.
"Se o endividamento fosse para investimento, até haveria alguma justificação", afirmou José Marcelino, lamentando que o município tenha perdido os 11,5 milhões de euros elegíveis de fundos comunitários, tendo executado pouco mais de três milhões até ao final de 2011.
"Ao contrário do propagandeado pelo doutor Moita Flores e pelo PSD, a dívida não é consequência do investimento realizado", pois, "apesar das inúmeras promessas feitas, dos inúmeros projetos apresentados com pompa e circunstância", o investimento realizado nos últimos seis anos "raramente ultrapassou os 13% da despesa total efetuada", afirmou José Luís Cabrita.
Para José Marcelino, "é muito preocupante que a receita normal da câmara, que ao contrário do afirmado não desceu em valores globais, só chegue para pagar um terço das dívidas a curto prazo".
José Luís Cabrita sublinhou que, se se juntarem os 12,8 milhões de euros em contencioso, a dívida do município, "mesmo que o senhor presidente fique muito zangado quando se fala no valor de 100 milhões de euros, na verdade é bastante superior".
A concelhia acusa ainda a gestão social-democrata do município de ter aumentado os custos com pessoal, uma vez que saíram 120 trabalhadores mas foram admitidos 145, valor agravado com a criação das empresas municipais.
José Marcelino frisou que mesmo juntando as empresas municipais de urbanismo, cultura e desporto, como anunciado, a autarquia não conseguirá cumprir a lei, já que elas dependem maioritariamente de subsídios camarários.
"Foi uma péssima gestão, quase uma gestão criminosa e os próximos anos serão muito duros, sobretudo se a Lei dos Compromissos ficar como está", afirmou.