Caso Eichmann foi decisivo

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Informados em 1954, por Simon Wiesenthal, da descoberta de Adolf Eichmann em Buenos Aires, os responsáveis do Centro de Investigação do Holocausto Yad Vashen, em Israel, começaram por duvidar da história. Só seis anos depois - finalmente convencidos de que o homem que se fazia passar por Otto Heninger e, depois, por Ricardo Klement era, de facto, o Obersturmbannführer SS, executor fiel das instruções de Hitler sobre a "solução final" -, os serviços secretos israelitas decidem levar a cabo um raide na capital argentina, raptando Eichmann e levando-o clandestinamente para Jerusalém. Doze dias depois - a 23 de Maio de 1960 -, o primeiro-ministro, Ben Gurion, anunciava no Knesset que Eichmann estava detido em Israel e iria ser julgado. O simbolismo do julgamento foi devidamente assinalado no livro Eichmann em Jerusalém,em que Hannah Arendt expõe as suas reflexões sobre a aterradora "banalidade do mal".

Para Wiesenthal, o caso Eichmann permitiu-lhe reabrir o seu centro de investigação, desta vez em Viena, embora com meios reduzidos durante 40 anos, até 2003, funcionou num apartamento de 120 metros quadrados, sem computadores e com poucos funcionários. Foi o suficiente para alcançar a descoberta e prisão de mais de mil criminosos de guerra.

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