Caso do homicídio de Aurélio Palha decidido hoje

A 2.ª Vara Criminal do Porto decide hoje o principal processo da 'Noite Branca', relacionado com o homicídio do empresário Aurélio Palha, um caso que o advogado de Bruno "Pidá", principal arguido, prevê que acabe em absolvição dos seis acusados.
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"Acho que vão ser todos absolvidos", afirmou à Lusa o advogado Luís Vaz Teixeira.

Aurélio Palha foi morto a tiro na madrugada de 27 de Agosto de 2007, quando se encontrava à porta da sua discoteca, a 'Chic', à conversa com o segurança Alberto Ferreira ('Berto Maluco'), que mais tarde também foi assassinado.

O Ministério Público (MP) veio a imputar o homicídio consumado do empresário e tentado do segurança a Bruno 'Pidá' Mauro Santos, Tiago Nogueira ('Chibanga') Miguel Silva ('Palavrinhas'), Ângelo Ferreira ('Tiné') e Augusto Soares.

Nas suas declarações à Lusa, o advogado de Bruno 'Pidá' considerou que "não se fez prova" sobre a conduta dos arguidos mas, ainda assim, entende que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal fez bem ao avançar com a acusação, em vez de enveredar pelo arquivamento, como veio a fazer no caso do homicídio consumado de 'Berto Maluco', ocorrido quatro meses depois em Gaia.

"Entendo que este processo deveria chegar a julgamento, porque ao menos as dúvidas tiram-se", declarou o causídico.

Nas alegações finais de mais este processo do dossiê 'Noite Branca', relativo à espiral violenta que marcou a noite do Porto em 2007, o MP pediu a condenação de Bruno 'Pidá' e Mauro Santos e admitiu a absolvição dos outros quatro coarguidos.

'Pidá' e Mauro já cumprem penas superiores a 20 anos de cadeia por envolvimento noutro homicídio, o do segurança Ilídio Correia.

A procuradora do processo reconheceu, nas suas alegações, que não se poderia condenar os arguidos Tiago 'Chibanga', Miguel 'Palavrinhas', Ângelo 'Tiné' e Augusto Soares porque falhou, em audiência, a confirmação do depoimento que a testemunha Cláudio Pereira prestara em fase anterior do processo.

"Perante esta atitude, por muito nos custe - e custa-nos, porque está em causa uma vida - não existem provas", admitiu.

Já quanto a Bruno 'Pidá' e Mauro Santos, "foram produzidos elementos de prova que o tribunal não poderá deixar de valorar", acrescentou.

A procuradora disse ainda que o MP não avançou para a acusação "por capricho", mas porque estava convicto de que "a condenação era inevitável", se se provassem em audiência todos os indícios recolhidos em inquérito.

Cada um dos seis arguidos está acusado pela prática de um crime de homicídio qualificado, na forma consumada (sobre Aurélio Gouveia Monteiro Fernandes Palha), um crime de homicídio qualificado, na forma tentada (sobre Alberto Manuel dos Santos Ferreira) e um crime de detenção de arma proibida, na forma consumada.

A leitura do acórdão está prevista para as 11:00 no Palácio da Justiça do Porto.

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