Casas em saldo nos cinco leilões da Luso-Roux
A compra de uma casa é sempre um processo moroso e criterioso em que as partes envolvidas, comprador e vendedor, se "digladiam" pelo preço mais vantajoso. Os leilões de imobiliário, como os da Luso-Roux ou da Euro-Estates, são uma oportunidade de mercado. O preço-base é mais baixo e a sua valorização é transparente para as dezenas de pessoas que assistem à venda. Em três fins-de-semana (16, 23 e 30 de Setembro), a Luso-Roux vai promover cinco leilões com 261 imóveis. O catálogo está online e as visitas estão abertas no www.luso-roux.pt.
O número de imóveis, entre lojas, habitações e garagens, decorrente de penhoras feitas pela banca, tem--se multiplicado em leilão. Ana Luís Ferro, directora comercial da Luso--Roux, explicou que "os bancos começam a acordar para esta solução porque permite vender um pacote grande de activos num fim-se-semana. Além disso, a conjuntura económica tem propiciado uma maior degradação na condição das famílias que se vêem obrigadas a entregar os imóveis devido à rescisão dos contratos de crédito". Com o aumento sistemático dos juros, que num ano subiram 58%, a situação não deve melhorar. Tal como o DN noticiou no dia 1, pagam-se mais 71 euros/mês por empréstimo de cem mil euros.
Os processos de contencioso podem significar a perda de um imóvel, para quem não cumpre, mas são uma oportunidade para quem ausculta o mercado. Nos leilões da Euro-Roux, "99% dos imóveis são recuperados pela banca, mas estão livres de encargos. Por isso, quem compra faz a escritura de imediato e a casa pode ser ocupada", disse ao DN a responsável da empresa de avaliação de activos de origem holandesa. Em Portugal, a empresa trabalha com a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Santander, o BPI e o Millennium bcp. Nos dois primeiros fins-de-semana (de 16/17 e 23/24 de Setembro), o primeiro leilão é no Porto e o de domingo é em Lisboa. No dia 30 há novo leilão no Norte. O valor-base dos imóveis ronda 19,5 milhões. As previsões apontam para uma venda de 50% a 60% no Porto e de 60% a 70% em Lisboa. No final, a empresa deve realizar entre 10,5 e 12,4 milhões de euros, a preço-base.
Os imóveis valem em média 60 mil euros e situam-se em zonas deprimidas ou nas localidades à volta de Lisboa e do Porto (Odivelas, Loures, Sintra, Amadora, Barreiro, Vila Franca, Matosinhos, Gaia, Gondomar, Vila Nova de Gaia, etc.). Entre os dez mil euros de um T2 em Lardosa (Castelo Branco) e uma vivenda de 121 mil euros perto da Figueira da Foz, há inúmeras possibilidades que vale a pena considerar.