Casamento em prisão brasileira parece história de novela ou de série da TV

Uma reclusa prescindiu do regime semiaberto para poder estar ao lado da mulher que ama. Ambas estão numa ala especial da prisão. Uma cumpre sentença pela morte dos pais; outra pelo sequestro de uma empresária.
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A história está a apaixonar a imprensa brasileira e faz lembrar o argumento de uma das muitas telenovelas que nos chegam do Brasil ou de série de televisão: duas reclusas têm estatuto de casadas na prisão e, para poderem estar juntas, uma delas até prescindiu do regime semiaberto que lhe havia ido atribuído.

São duas das mais mediáticas criminosas do Brasil: Suzane von Richthofen, que já cumpriu 12 dos 38 anos de prisão a que foi condenada pela morte dos pais; e Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de cadeia pelo sequestro de uma empresária.

As duas conheceram-se na prisão de Tremembé, no interior do Estado de São Paulo, mais precisamente na fábrica de roupas da cadeia, segundo conta o jornal Folha de São Paulo, e apaixonaram-se.

Graças a esta paixão, Suzane e Sandra passaram a viver na ala das reclusas casadas, em setembro, onde estão outros oito casais. Para isso, tiveram de preencher documentos que funcionam como uma espécie de certidão de casamento. Em caso de separação, cada uma terá de esperar seis meses para poder voltar a requisitar esse estatuto, o que aconteceu a Sandra, que quando se apaixonou por Suzane tinha uma relação de casada com Elize Matsunaga, condenada pela morte e esquartejamento do marido.

Suzane von Richthofen, que desde o final de 2008 tentava obter licença para ter um regime semiaberto - aquele que lhe permite saídas da prisão - conseguira-o, finalmente em agosto. Mas, graças a esta paixão, prescindiu, para já, desta regalia.

As notícias acerca deste casamento já originou algumas piadas na Internet, nomeadamente com adaptações do cartaz da série "Orange is The New Black".

Segundo conta o mesmo jornal, esta reclusa desperta muitas paixões. Terá sido por amor que o antigo namorado e um irmão deste a ajudaram a matar os pais dela, que não aprovavam o romance.

Já na cadeia, em Rio Claro, Suzane despertou o interesse de duas funcionárias, que, apaixonadas por ela, lhe deram algumas regalias, nomeadamente acesso à Internet.

Mais tarde, na prisão de Ribeirão Preto, Suzane von Richthofen denunciou um promotor do Ministério Público por alegado assédio.

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