Casal morreu atropelado ao atravessar a EN13

A Estrada Nacional (EN) 13, em Viana do Castelo, revelou-se fatídica para um casal que ontem circulava a pé, com um carrinho de mão, numa zona daquela artéria há muito identificada como "perigosa" e a necessitar de intervenção. "Faltam passeios, lombas, porque é uma recta, e sobretudo sinalização", começou por apontar o autarca da freguesia de Vila Nova de Anha, Rui Matos.

Este acidente registou-se pelas 21.30, sendo as vítimas um homem de 38 anos e a mulher de 46 que, estrada fora com o carrinho de mão, regressavam a casa, na vizinha localidade de Chafé, depois de jantarem com familiares em Vila Nova de Anha. O local é conhecido por apresentar uma recta que permite altas velocidades. "Por isso andamos há muito a insistir para que se façam algumas intervenções naquela via. Temos ali uma placa para colocar num sítio de passadeira, mas ainda aguardamos pela autorização", acrescentou Rui Matos.

As vítimas levavam um carrinho de mão e teriam atravessado a estrada, sendo colhidas por uma viatura ligeira que não se terá apercebido do casal em plena estrada, apesar de a mulher envergar um colete reflector. Além de uma possível distracção do condutor, as autoridades apontam que o casal seguia com o carrinho de mão na estrada. Junto ao casal seguia um homem, que sofreu ferimentos ligeiros numa mão. "O que me valeu foi ter ficado para trás, num cantinho, a enrolar um cigarro. Fui atingido de raspão e, depois, só vi faísca", contou o ferido. Os cadáveres foram removidos para a morgue do hospital de Viana do Castelo, para autópsia.

Um perito ouvido ontem no julgamento do atropelamento que matou duas pessoas em Novembro de 2007, no Terreiro do Paço, disse que o automóvel conduzido por Maria Paula Dias, acusada de homicídios por negligência, seguia a mais de 100 km/hora e que o desmembramento dos corpos foi causado pela velocidade excessiva. Segundo o relatório social, a arguida apresenta "frieza afectiva, perturbação psicológica e tensão acumulada".