Casal Mc Cann é suspeito da morte de Madeleine
O casal McCann foi ontem constituído arguido por suspeita de envolvimento na morte da sua filha Madeleine, na noite de 3 de Maio, no aldeamento The Ocean Club, na Praia da Luz. Embora à hora do fecho desta edição, Gerry ainda estivesse a ser inquirido no Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Portimão da Polícia Judiciária (PJ), onde chegou pouco depois das 16 horas, logo após a saída da sua mulher, o DN apurou que também ele foi constituído arguido no processo. A ambos foi aplicada a medida de coacção mínima, isto é, o termo de identidade e residência.
Pelo menos sobre Kate recairá a suspeita de "crime de homicídio por negligência e ocultação de cadáver" (este último incorre a uma pena até dois anos de prisão)". Uma situação confirmada ao princípio da noite pela assessora dos McCann, Justine McGuinness, segundo a qual "a polícia portuguesa considerou Kate suspeita da morte acidental da sua filha". Entretanto, fontes ligadas ao processo revelaram que Gerry terá admitido aos investigadores ter administrado um sedativo aos filhos na noite de 3 de Maio. E uma das linhas de investigação seguidas neste momento é precisamente, ao que o DN apurou, a hipótese de que a criança terá sido sedada com uma dose excessiva de um medicamento.
Entretanto, fontes ouvidas pelo DN asseguram que a medida de coacção de Kate McCann poderá ser, contudo, aumentada a qualquer momento, em função de novas diligências. Sabe-se entretanto que, segundo declarações feitas por Philomena McCann, cunhada de Kate, ao canal britânico Sky News, a PJ terá oferecido um acordo de dois anos de prisão à mãe de Maddie, através do seu advogado Carlos Pinto de Abreu, para confessar ter matado a sua filha por acidente e escondido o cadáver. Apesar dos contactos efectuados, DN não conseguiu obter uma reacção a esta grave acusação por parte da PJ.
Contradições de Kate
Segundo fontes ligadas ao processo, a PJ suspeita que a mãe de Madeleine é "desequilibrada mentalmente", podendo o crime ocorrido no apartamento de onde desapareceu a menina britânica, ter resultado de uma "agressão" a esta por parte de Kate. Outra suspeita avançada por aquelas fontes prende-se com o facto de Maddie ter morrido antes do jantar. As mesmas fontes admitem que a situação "complicou-se e os pais desorientaram-se", o que terá levado à "ocultação do corpo", que continua por aparecer.
Ao longo das 15 horas de inquirição, realizadas entre a tarde de quinta-feira e grande parte do dia de ontem, Kate McCann foi fortemente apertada pelos investigadores, que começaram por conferir as rotinas familiares do casal e amigos desde que chegaram ao aldeamento da Praia da Luz, bem como confrontá-la com os resultados das análises forenses realizadas num laboratório de Birmingham, no Reino Unido, às amostras de vestígios de sangue, recolhidos no apartamento e, sobretudo, na viatura alugada pelo casal 25 dias após o desaparecimento da criança.
Segundo apurou o DN, Kate não terá sabido explicar o porquê do sangue no carro, tendo garantido que este não pertence à sua filha. Outra das questões colocadas pelos investigadores, diz respeito ao odor a cadáver detectado por cães pisteiros ingleses nas roupas de Kate. Esta terá alegado que semanas antes da chegada a Portugal esteve em contacto com cadáveres na unidade de saúde onde trabalha. |