Carros da Autoeuropa enchem base aérea do Montijo. Empresa quer renovar parceria
A quantidade de automóveis produzidos na Autoeuropa que estão parqueados na base aérea do Montijo aumentou significativamente nos últimos dias, ao ponto de já serem visíveis por quem passa junto daquela infraestrutura militar.
O fluxo de camiões a entrar e sair carregados de viaturas também subiu muito, segundo pessoas ouvidas pelo DN e que trabalham na zona, pelo que será difícil contabilizar o número dos carros guardados nos chamados parques de dispersão existentes naquela base aérea, sendo que, como o DN/Dinheiro Vivo noticiou, a Autoeuropa tem em curso um plano de contingência para escoar parte da sua produção através dos portos de Leixões, Vigo e Santander, Aliás, como noticiou o jornal galego Faro de Vigo, a partir de sábado começam a sair os primeiros navios do porto daquela cidade espanhola com carros da Volkswagen cujo destino é o Reino Unido.
O porta-voz da Força Aérea, tenente-coronel Manuel Costa, limitou-se a sublinhar que a operacionalidade da base aérea não será afetada em qualquer circunstância.
O parqueamento naquela base aérea de milhares de automóveis produzidos na fábrica da Autoeuropa em Palmela tem vindo a ser feito desde o início de setembro e ao abrigo de um protocolo então assinado (sem que fossem divulgadas as contrapartidas), o qual que termina no final deste mês. No entanto, o DN/Dinheiro Vivo sabe que a empresa quer prolongar a parceria, uma vez que nesta altura é incerto quanto tempo mais poderá durar o conflito laboral dos estivadores do porto de Setúbal, com todo o impacto que isso tem para o escoamento da sua produção.
Esse processo iniciou-se por causa da impossibilidade de as viaturas alemãs poderem circular na via pública antes de aprovadas as novas regras de emissões de dióxido de carbono e homologados os motores dos carros saídos de fábrica. Isso levou o Grupo Volkswagen a alugar zonas de estacionamento em vários aeroportos na Alemanha, como forma de parquear os novos carros até à referida homologação dos motores.
Só que em Portugal, devido à greve dos estivadores no porto de Setúbal, esta infraestrutura portuária deixou de escoar os carros oriundos de Palmela e isso fez aumentar o espaço necessário dentro da base aérea do Montijo.
Oficialmente, a Autoeuropa elogia o apoio que a Força Aérea tem prestado à empresa nesta fase. "A FAP tem sido um parceiro importante neste processo para fazer face à necessidade de armazenar carros que não podem ser escoados pelo porto de Setúbal", adiantou fonte oficial da fábrica de Palmela, acrescentando que a produção dos carros irá manter-se tal como está atualmente: 885 veículos por dia, na sua grande maioria do modelo T-Roc.