Carol. Duas mulheres no labirinto do amor

Um intenso melodrama, adaptado de romance de Patricia Highsmith, com Cate Blanchett e Rooney Mara sobre o amor entre duas mulheres nos anos 50
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Sejam quais forem as voltas que se dê ao assunto, o belíssimo filme de Todd Haynes a competir no 68º Festival de Cannes - Carol, adaptado do romance The Price of Salt (1952), de Patricia Highsmith - vai ser descrito como uma história de amor "entre duas mulheres". Claro que é, aliás ecoando o papel libertador que o livro de Highsmith teve na história da ficção gay.

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No alarido quotidiano de soundbytes de que o festival também se faz, isso pode envolver uma peculiar especulação sobre as possibilidades de Haynes chegar a Palma de Ouro, tendo em conta que um filme com "a mesma temática" - A Vida de Adele, de Abdellatif Kechiche - ganhou o festival em 2013, através da decisão unânime de um júri presidido por Steven Spielberg. Será que Joel e Ethan Coen, presidentes desta edição, vão escolher o mesmo tipo de consagração?

Carol, afinal, merece um entusiástico aplauso e, com ou sem prémios em Cannes, não tenhamos dúvidas que vai ficar como um dos acontecimentos maiores do cinema em 2015. Mas importa libertar o filme das obrigações de qualquer lógica "militante": estamos perante uma radical historia de amor, incluindo na sua dimensão sexual (patente numa delicada cena de nu), mas não perante um filme que reduza as personagens a meros instrumentos de um discurso panfletário.

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