Carlos Silvino pede desculpa a uma das vítimas

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Carlos Silvino (Bibi) pediu, ontem, desculpa a uma vítima do processo da Casa Pia e à respectiva família pelos crimes que cometeu. O jovem, actualmente com 17 anos, confirmou os factos descritos no despacho de pronúncia, mantendo sobre o ex-funcionário a acusação de seis crimes de abuso sexual.

A vítima de Carlos Silvino não se opôs a que o ex-funcionário da Casa Pia assistisse ao seu depoimento, o qual foi acompanhado por um educador da instituição. Após a testemunha ter prestado depoimento, Carlo Silvino "declarou pretender pedir desculpa", segundo o comunicado distribuído aos jornalistas no final da 50ª. sessão. O tribunal questionou o assistente se este estava na disposição de ouvir o pedido de desculpas e, perante a concordância, Carlos Silvino (que, pela primeira vez, assistiu a um depoimento de uma alegada vítima, uma vez que esta não se opôs) acabou por fazê-lo.

No final da sessão, José Maria Martins, advogado do ex-funcionário da Casa Pia, declaraou aos jornalistas que a testemunha prestou um "depoimento verdadeiro" e que tudo "correu dentro do esperado", confirmando ainda o pedido de desculpa feito pelo seu cliente. Miguel Matias, advogado dos assistentes, revelou que o jovem "reagiu bem" ao pedido de desculpas.

Esta testemunha foi ainda inquirida pelos advogados de Carlos Cruz e do ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes. Ricardo Sá Fernandes e Paulo Sá e Cunha questionaram o jovem sobre a localização de uma casa onde aconteceram os abusos sexuais e se o mesmo procedeu com a Polícia Judiciária ao reconhecimento.

O julgamento prossegue amanhã, última sessão agendada para esta semana, com a audição de mais uma testemunha, que imputa a Carlo Silvino a prática de 15 crimes de abuso sexual. Trata-se de um jovem com 16 anos e terá sido pela primeira vez abusado por Bibi aos 11 anos numa colónia de férias da Casa Pia.

Para a próxima semana, está prevista a audição de apenas uma testemunha (na segunda feira), sendo que o julgamento será interrompido até ao dia 23 de Maio. O motivo prende-se com uma acção de formação que a juíza Ana Peres irá realizar em Bruxelas. Até agora, só foram ouvidas as testemunhas que apenas acusam o ex-funcionário da Casa Pia.

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