Carlos Santos é o novo presidente da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde
Em eleições aguardadas com grande expectativa no seio dos jornalistas cabo-verdianos, a lista única liderara por Carlos Santos conseguiu 61 votos a favor, cinco contra e houve dois votos brancos.
Carlos Santos, jornalista sénior e quadro da Rádio de Cabo Verde (RCV), sucede na presidência da AJOC a Carla Lima, também da RCV, para um mandado de três anos.
No seu discurso após a contagem dos votos, Carlos Santos disse que assume a AJOC num "contexto difícil", com "sinais preocupantes" a nível mundial de muita pressão e tentativas de descredibilizar os jornalistas e que também já estão a acontecer em Cabo Verde.
Num "cenário nada fácil", apontou os vários desafios no país, sobretudo ao nível das condições de produção de informação, garantindo que vai dar uma "atenção muito grande" ao setor privado.
"Sempre disse que a AJOC não é um sindicato dos profissionais da RTC (Rádio Televisão Cabo-verdiana) e da Inforpress (Agência de Notícias de Cabo Verde). Vamos dar uma atenção muito grande à questão da sustentabilidade financeiras das empresas privadas, que têm passado por momentos difíceis", prometeu.
O jornalista prometeu também melhorar as condições laborais dos profissionais da comunicação social no país.
Carlos Santos prometeu ainda a união da classe jornalística cabo-verdiana, considerando que "os desafios são muitos e todos são poucos".
"A partir deste momento acabou a campanha, não há candidatura do Carlos Santos, temos a direção, a mesa da Assembleia Geral, um conselho fiscal e um conselho deontológico", mostrou.
O novo presidente da AJOC prometeu também "lutar incansavelmente" para a defesa do Estatuto dos Jornalistas e do Código Deontológico.
Na plataforma eleitoral, Carlos Santos tem como uma das prioridades a realização do primeiro Congresso de Jornalistas cabo-verdianos, esperando contar com o apoio da congénere de Portugal para montar o evento que entende vai marcar uma "viragem" no jornalismo e na comunicação social no país.
Reforço institucional, atração de mais jornalistas, criação de centro regional em São Vicente, contratação de secretário executivo, mobilização de parcerias, eleição de comissões de trabalhadores e de conselhos de redação nas empresas e institucionalização do Observatório de imprensa, formação e cooperação institucional são outras das propostas do novo presidente da AJOC.
Carlos Santos concorreu sozinho na eleição porque o outro aspirante a presidente, Orlando Rodrigues, não apresentou a sua candidatura por considerar que houve atos "ilegais e fraudulentos" durante a Assembleia Geral.
Por isso, o jornalista da Televisão de Cabo Verde (TCV) garantiu que vai impugnar judicialmente a eleição nos próximos oito dias.
No final da votação, o presidente cessante da mesa da Assembleia Geral, José Pedro Santos, afirmou que a mesa "cumpriu o seu papel e que em nenhum momento houve vacilação".