Carlos Carvalhas defende renegociação da dívida

Carlos Carvalhas, antigo secretário geral do PCP e membro do Comité Central do partido, defende o aumento da produção da competitividade e a renegociação da dívida como o caminho para a saída da crise.
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Carlos Carvalhas foi o convidado de um debate sobre "Portugal e a União Europeia", na Póvoa de Varzim, e revelou: "o aumento da produção, da riqueza, é fundamental, e isso está ligado à industrialização do país, às deslocalizações, a várias questões".

Já quanto à competitividade, "ela está ligada ao euro, que é uma moeda que está sobrevalorizada em relação à nossa estrutura económica, que cria dificuldades à nossa economia", continuou o antigo secretário geral do PCP.

Renegociar a dívida é outro dos aspetos fundamentais, para Carlos Carvalhas, defendendo: "Sem isso não há solução e vai continuar a estagnação económica".

Sobre a chegada de Portugal ao estado atual, Carlos Carvalhas lembrou: "Em 2006, um ano antes da crise, Portugal tinha uma dívida pública praticamente igual à média Europeia".

"Descuidou-se do investimento produtivo e investem-se milhões do Estado para salvar a banca", realçou o membro do Comité Central do PCP, reforçando: "A grande absorção dos dinheiros públicos, que estamos a pagar, é a banca. Estamos a pagar o seu desendividamento".

Para Carlos Carvalhas política de austeridade significa "política de concentração de riqueza, enchimento da banca".

"Austeridade é um termo magnífico para nos levar a todos", disse, concluindo: "podem dizer que estamos mas na realidade não estamos".

Quanto às Eleições Europeias de 25 de maio, Carlos Carvalhas, que também já foi deputado no Parlamento Europeu, confessou: "Creio que vai haver uma grande abstenção, as pessoas estão muito desmotivadas, muito indignadas com toda a situação e tendência naturalmente que será para a abstenção".

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