Carapaças de caranguejo a ser usadas em medicamentos

Biólogos do Instituto Politécnico de Leiria estão a estudar a utilidade das carapaças do caranguejo pilado na indústria farmacêutica para valorizar o recurso que é pouco aceite pelos consumidores.
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"O pilado é apanhado pela arte do cerco e, na maioria das vezes, é atirado de novo ao mar ou usado como isco para a pesca porque não tem valor no mercado", explicou Sérgio Leandro, que coordena o trabalho de investigação.

Os biólogos querem, por isso, valorizar o recurso e estão a estudar o uso das suas carapaças pela indústria farmacêutica e pela biomedicina, sobretudo para o fabrico de comprimidos para emagrecimento, de pensos para tratamento de queimaduras ou na reconstrução de tecidos.

"Queremos acrescentar valor económico ao produto e às capturas, que pela biotecnologia podem vir a tornar-se numa nova fonte de rendimento para os pescadores", disse o investigador a pensar no futuro sustentável da costa de Peniche.

O projeto pretende contribuir para a diversificação das espécies capturadas, para o aproveitamento de capturas acessórias e para a emergência de novas indústrias de base biotecnológica aplicadas aos recursos da pesca na região oeste.

A investigação vai decorrer até final de 2013 e, para avançar com o trabalho, foram capturados no verão duzentos quilos de pilados que vão ser estudados em laboratório.

No final da investigação, há intenção de criar um projeto-piloto que junte pescadores, investigadores da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche e uma empresa da área da biotecnologia.

O projeto de investigação, orçado em mais de 26 mil euros, foi financiado com cerca de 10 mil euros pelo Programa Operacional das Pescas (Promar), que está integrado no Fundo Europeu das Pescas.

Em 2001, foi considerado pela União Europeu como um dos 30 melhores projetos de boas práticas do espaço comunitário e um dos três a nível nacional.

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