Capturado no México líder de cartel Los Zetas
José María Guizar Valencia, conhecido como Z43, foi detido "sem recurso à força" numa operação realizada no moderno bairro de Roma, no centro da capital do México, indicou o comissário nacional encarregado da Segurança, Renato Sales.
O cartel Los Zetas, fundado em 1990 ex-militares de elite desertores, notabilizou-se pelos seus métodos cruéis, nomeadamente as decapitações.
O seu dirigente era alvo de mandados de captura por tráfico de droga, tráfico de armas, crime organizado, homicídio e sequestro.
Z43, que tem dupla nacionalidade, norte-americana e mexicana, nasceu em 1979, segundo vários meios de comunicação social mexicanos, e os Estados Unidos reclamam a sua extradição desde 2015.
É suspeito de ser o responsável pelo encaminhamento, através do seu cartel, da "droga da América do Sul para os Estados Unidos e de ser um dos principais responsáveis pela violência nos estados do sudeste do país", disse Sales.
Guizar Valencia operou no estado de Michoacan (oeste), depois, em 2001, no estado de Tamaulipas (norte), antes de instalar a sua base, em 2003, em Palenque, no estado de Chiapas (sudeste), "onde recrutou células criminosas locais", precisou o comissário.
Desde então, estendeu a sua rede de tráfico para Veracruz (leste), ao longo do Golfo do México e ao estado de Puebla (centro).
As autoridades consideram-no "responsável, desde 2007, por encaminhar droga proveniente da Colômbia, entrando por via terrestre pela Guatemala, para o México".
O seu antecessor na liderança do cartel Los Zetas, Omar Treviño, conhecido como Z42, foi capturado em 2015 em Monterrey, no norte do país.
Entre os múltiplos massacres atribuídos a Los Zetas, o grupo criminoso executou, em agosto de 2010, 72 migrantes da América Central que recusaram trabalhar para ele ou não conseguiram pagar o preço exigido para serem libertados.
O México vive uma onda de violência ligada ao tráfico de droga que fez mais de 200.000 mortos desde dezembro de 2006, data em que o Governo federal lançou uma controversa operação militar antidroga que, segundo os críticos, nada mais fez a não ser contribuir para o aumento dos assassínios e dos ataques.
Segundo dados oficiais, em 2017foram contabilizados no México 25.339 assassínios, o número mais elevado desde a introdução de estatísticas, em 1997.