França. Governo de Macron pode decretar estado de emergência

O centro de Paris esteve a ferro e fogo desde a manhã de sábado e a violência das manifestações estendeu-se a outras cidades. Presidente francês reúne governo de emergência
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O Governo francês não exclui decretar o estado de emergência depois dos acontecimentos de violência urbana deste sábado que se iniciaram em Paris e se estenderam a outras cidades e que acabou com a 133 feridos e 412 detidos.

O Presidente francês, Emmanuel Macro, que estava em Buenos Aires a participar na cimeira do G20 foi veemente ao condenar os atos de violência e convocou para o fim da manhã deste domingo uma reunião de emergência no Eliseu. "Não aceito a violência", disse o chefe de estado gaulês.

Depois de um dia a ferro e fogo, Paris acordou esta manhã mais calmo mas com as marcas da destruição bem visíveis: o Arco do Triunfo, um dos monumentos mais conhecidos do mundo, foi todo grafitado. "Os 'coletes amarelos' triunfarão ou "Macron demissão" são algumas das frases que se podem ler nos pilares do arco. Esta manhã, já havia trabalhos de limpeza para devolver a dignidade ao monumento. Nem a zona museológica interior escapou à destruição e houve tentativas de chegar à chama que está permanentemente acesa.

De regresso este domingo a Paris, o Presidente fez questão de visitar imediatamente o monumento, que é um símbolo nacional. Ainda na Argentina, Emmanuele Macron tinha dito que nenhuma causa justificava a vandalização do Arco do Triunfo, um monumento de 1836 que abriga a sepultura do Soldado Desconhecido.

Paragens de autocarro destruídas, lojas com as montras partidas, sobretudo bancos, pilhagens, edifícios vandalizados carros ardidos... A normalidade regressa calmamente à cidade, mas as feridas estão lá. Bem visíveis.

Os "coletes amarelos" convocaram sábado a terceira jornada de luta contra o governo. A palavra de ordem foi "demissão de Macron". Mas logo de manhã, os manifestantes e a polícia envolveram-se em violentos confrontos na mais famosa avenida parisiense, Campos Elísios, e no Arco do Triunfo - as autoridades recorreram a gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de borracha. Estiveram cerca de cinco mil polícias antimotim nas ruas.

Foi assim que tudo começou. Mas os ânimos não esfriaram e à tarde o caos espalhou-se pelas ruas de Paris, nomeadamente a zonas mais chiques da cidade, e alastrou a outras cidades como Marselha, Rennes, Angers, Toulouse, Lille ou Bordéus. De acordo com os media locais e agências internacionais, o protesto juntou além do movimento sem líder "coletes amarelos" radicais de direita e de esquerda. O resultado foi o pior e é bem visível no rasto de destruição que deixou numa cidade muito procurada pelos turistas.

O ministro do Interior, Christophe Castaner não se cansou de acusar os grupos extremistas que se disfarçaram envergando os coletes amarelos para espalhar a destruição e o caos. "Não são 'coletes amarelos', são pessoas que vieram para partir, saquear, ferir e até matar", afirmou o governante à TF1.

Os 'coletes amarelos' lutam contra o preço dos combustíveis em França e o elevado custo de vida em França.

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