Cantata "Vera Cruz" abre Festival Estoril-Lisboa

O 43.º Festival do Estoril-Lisboa abre hoje com a estreia da cantata "Vera Cruz", de Nuno Côrte-Real, no Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa, e tem previsto cerca de 30 concertos, até dia 28.
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O concerto inaugural, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, é dirigido pelo compositor da obra em estreia. A cantata "Vera Cruz", para coro, orquestra e narrador, é uma peça inspirada na Carta de Pêro Vaz de Caminha ao rei Manuel I sobre "o Achamento do Brasil" e acontece quando Lisboa é a Capital Ibero-Americana de Cultura.

O programa do concerto, com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos (e Luis Lima Barreto na narração), inclui ainda a Sinfonia nº. 2, de Robert Schumann.

Segundo Nuno Côrte-Real, citado pelo Teatro S. Carlos, "colocar em música a carta de Pêro Vaz de Caminha é um dos maiores desafios" que até ao momento teve "o prazer de aceitar".

"Pelo carácter universal e colorido do documento, impõe-se o uso de uma grande orquestra sinfónica, juntamente com uma importante parte coral que cantará excertos do texto", afirma o compositor, que refere que "a Carta, embora escrita na primeira pessoa, relata os acontecimentos que ocorreram naqueles dias, narrando-os diretamente a D. Manuel I, aspeto que propícia a utilização de um narrador para além da parte coral, como se fosse a própria voz de Pêro Vaz de Caminha, as peripécias deste extraordinário encontro serão narradas entre intervenções da orquestra e do coro, oferendo à música o drama e o singular confronto deste episódio histórico".

Outra estreia anunciada é a da composição "Niños de Murillo", de Sebastián Mariné, pelo Sonor Ensemble, no dia 10, no Palácio da Ajuda, no âmbito de uma homenagem ao pintor espanhol Bartolomé Esteban Murillo (1617-1682), assinalando o quarto centenário do seu nascimento.

O pintor do período barroco, que se celebrizou pelas suas "Madonna" e pelas telas de cariz católico, é ainda celebrado em três outros concertos, um deles, no Palácio Foz, no dia 17, com a estreia em Portugal, pelo pianista Mario Prisuelos, das peças "Visiones", de Joan Magrané, "Ante la Anunciación de Fra Angélico", de Joaquín Turina, "Memento", de Jesús Torres, e de "Videns", de Alberto Carretero.

O certame do Estoril inclui o 5.º Festival Jovem, com seis recitais, um ciclo de música de órgão, o 19.º Concurso de Interpretação do Estoril e os 53.º Cursos Internacionais de Música de Estoril, com a participação dos músicos António Saiote, Andrés Cea Galán, Pablo de Naverdán e Fábio Zanon.

Esta edição do festival, sob o lema "Um festival com património", tem como cenários, entre outros, os palácios de Belém, Foz e da Ajuda, a Sé e a Biblioteca Nacional, em Lisboa, e o Centro Cultural de Cascais-Casas do Gandarinha.

O jardim da cascata, no Palácio de Belém, é o cenário do concerto de encerramento, no dia 28, com a Russian String Orchestra, sob a direção de Misha Rachlevsky.

Deste conjunto de concertos, a organização destaca a participação da violoncelista Isabel Vaz, vencedora do Concurso de Interpretação do Estoril do ano passado, que vai interpretar o 1.º Concerto para violoncelo e orquestra, de Joseph Haydn.

O Ciclo de Órgão com concertos nas igrejas de São Vicente de Fora e de Santa Maria de Belém e na Sé Patriarcal, em Lisboa, conta com as participações de Maurizio Salerno, André Cea Galán e António Esteireiro, num programa com o barítono Armando Possante.

O 5.º Festival Jovem realiza-se no Centro Cultural de Cascais e no Museu da Música Portuguesa-Casa Verdades Faria, no Monte Estoril, de 05 a 26 de julho, e, segundo a organização, conta "jovens agrupamentos e solistas", como o pianista Diogo Simões.

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