Cancro e Parkinson. Combate que se faz em português
Cancro, doenças neurodegenerativas, diabetes. Três grandes áreas de investimento em que a investigação não para. Em 2016 espera-se a chegada de uma nova insulina ao país. A farmacêutica Sanofi desenvolveu uma insulina de administração única durante o dia, para adultos com diabetes tipo 1 e tipo 2, com um perfil muito semelhante à função natural do pâncreas. O processo de avaliação de preço e comparticipação está a ser feito com o Infarmed. No estrangeiro mantêm-se os ensaios clínicos com insulinas não injetáveis e pâncreas artificiais.
Haverá também novidades no tratamento da Parkinson, doença do sistema nervoso central que afeta os movimentos e que atinge 13 mil pessoas em Portugal, com um novo remédio da Bial. A substância ativa é a rotigotina e vai ser lançada em 2016 na Europa e em 2017 nos Estados Unidos. A Bial assinou um acordo com a biofarmacêutica belga UCB para a promoção e informação do medicamento.
Se há área que concentra esforços é a do cancro. Em Portugal são vários os ensaios clínicos a decorrer, assim como investigações que procuram chegar à cura. Apenas dois exemplos. A empresa Treat U, do grupo Bluepharma, está a trabalhar numa nanopartícula inteligente, que reconhece os tumores atuando diretamente nos alvos, que poderá resultar num medicamento para o cancro da mama triplo negativo, que não tratamento específico.
Portugal lidera também um consórcio europeu que junta universidades e laboratórios nacionais, de Espanha, Reino Unido, França, Alemanha, Áustria e Suíça. Procuram desenvolver uma nova terapia que mata o cancro sem causar danos nas células saudáveis. Pretendem fazê-lo juntando anticorpos aos medicamentos de forma a que estes não atinjam as células saudáveis, mas sim apenas as cancerígenas. Se o conseguirem é possível aumentar a potência sem maiores riscos de toxicidade.