inovação Os campos de cultivo de milho geneticamente modificado ocupam uma área de 5093 hectares, metade dos quais no Alentejo, indicam dados da Direcção-Geral de Agricultura, segundo os quais existem, em todo o País, 234 campos que se dedicam a esta cultura.."Estamos a falar de cerca de 7% da área total de cultivo de milho", diz Pedro Fevereiro, director do Centro de Informação de Biotecnologia (CIB) e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. .A cultura foi autorizada em Portugal em 2005 e ao aumento de área "muito significativo" nos dois primeiros anos seguiu-se um período de "estabilização", nota..Segundo Pedro Fevereiro, o tipo de milho transgénico autorizado em Portugal é resistente aos insectos, pelo que "só tem interesse em zonas onde há incidência da praga, o que não sucede na generalidade do País".."Se fosse autorizada uma variedade contra as ervas daninhas, mais resistente aos herbicidas e com sementeira directa, teríamos um crescimento de área muito maior", garante..Por outro lado, a cultura de organismos geneticamente modificados (OGM) obriga à existência de distâncias mínimas de 200 metros entre campos cultivados, o que "dificulta a progressão" dos campos transgénicos nas regiões do Norte e do Centro, onda a dimensão média das propriedades "não é muito grande"..Defendendo que as variedades de OGM autorizadas na Europa "não contêm riscos para a saúde humana e para o ambiente superiores às convencionais", o director do CIB diz que os protestos por parte das organizações ecologistas não condicionam a opção dos agricultores. "A decisão de produzir milho geneticamente modificado é tomada porque se obtém uma maior produção com menos custos e com a mesma qualidade do produto final. Aliás, o valor de mercado do milho é precisamente o mesmo", acrescenta Pedro Fevereiro..No início de Março, a Comissão Europeia autorizou o cultivo e comercialização de uma batata geneticamente modificada, cuja fécula poderá ser utilizada para fins industriais.."Há uma discussão que temos de fazer", reconhece o ministro da Agricultura, António Serrano, acrescentando que nesta matéria a posição do Governo português "não é de inovação mas de cautela".."Somos muito restritivos. É uma matéria controversa que não se encontra estabilizada do ponto de vista científico", diz o governante, garantindo que não se pode simultaneamente "levantar barreiras à entrada dos OGM e importarmos produtos, nomeadamente carne do Brasil e da Argentina, proveniente de animais totalmente alimentados à base de transgénicos. É uma questão que merece a reflexão de todos nós". L.M.