Cameron assinava "LOL" nas mensagens escritas
Questionada como é que David Cameron assinava as mensagens escritas por telefone no inquérito sobre as práticas da imprensa britânica, Brooks sorriu.
"Às vezes ele assinava-as com LOL - Lots Of Love - até que eu lhe disse que o significado [da sigla] é Laugh Out Loud, e então ele não a usou mais", contou.
Brooks demitiu-se em julho de presidente executiva da News International, subsidiária britânica do grupo News Corporation que detém os jornais Sun, News of the World (já encerrado) e The Times.
Poucos dias depois foi detida e considerada suspeita nas investigações de escutas telefónicas por jornalistas, corrupção da polícia e, mais tarde, obstrução à justiça.
No inquérito, confirmou ter recebido na altura mensagens indiretas de solidariedade de Cameron, do ministro das Finanças, George Osborne, ou do ministro dos Negócios Estrangeiros, William Hague.
Brooks desmentiu as notícias de que chegou a trocar 12 mensagens por dia em 2010 com o então líder da oposição, com o qual conviveu em festas particulares e deu passeios a cavalo. "Isso é absurdo", respondeu.
Reconheceu que não trocou mensagens escritas nem com o então líder do partido Trabalhista Gordon Brown, nem com o líder dos Liberais-Democratas, Nick Clegg.
Sobre o antigo primeiro-ministro, disse que Brown lhe telefonou "incrivelmente agressivo e muito zangado" quando o The Sun decidiu retirar o apoio ao partido Trabalhista e apoiar os Conservadores.
Brooks foi diretora do News of the World entre 2000 e 2003 e do The Sun entre 2003 e 2009, tendo sido promovida a diretora executiva da News International, cargo que ocupou até julho de 2011.
Rebekah Brooks continua a prestar testemunho no chamado "inquérito Leveson", nome do juíz nomeado em julho do ano passado para averiguar a "cultura, práticas e ética" da imprensa e as suas relações com políticos e a polícia.
O News of the World encerrou no ano passado devido ao escândalo de escutas telefónicas feitas pelos seus jornalistas para recolher informação, estimando-se que pelo menos 6.349 pessoas tenham sido vítimas.