Camboja exige caução de 2.700 euros a cada turista que entre no país

O país asiático está aberto aos turistas mas as regras são muito exigentes. À chegada é obrigatório fazer um teste e depositar uma caução de 2.700 euros para "taxas de serviço Covid-19", que irão cobrir despesas com testes e outros eventuais procedimentos de saúde.
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O turismo está a regressar a muitos países, com regras e exigências que, nalguns casos, podem custar muito dinheiro. O Camboja, localizado na Ásia e com uma indústria de turismo importante, apreciada sobretudo por chineses, já não tem restrições a visitantes consoante o país de origem mas exige o depósito de uma caução de 2.670 euros (3.000 dólares americanos) a cada turista. Deste montante, que tem de ser entregue logo à chegada ao aeroporto, será descontado o valor gasto nas exigências das autoridades como a realização obrigatória de um teste à Covid-19.

Estas medidas constam dos alertas a viajantes dos ministérios dos negócios estrangeiros do Reino Unido e dos EUA. Assim, os viajantes estrangeiros devem pagar um depósito de 2670 euros pelas "taxas de serviço Covid-19" no aeroporto de chegada. Este valor pode ser levantado à saída mas será descontado o custo de várias imposições e taxas.

Para começar, há três exigências: ter um visto antes da chegada já que os vistos à chegada e online estão suspensos; ter um atestado médico, emitido no máximo 72 horas antes da data da viagem, de uma autoridade sanitária competente a informar que não tem Covid; e possuir comprovativo de um seguro que inclua no mínimo 50.000 dólares (44.400 euros) para cobertura médica.

As taxas obrigatórias começam com uma de 5 dólares (4,40 euros) pelo transporte do aeroporto para o centro de testes. Ali o turista faz o teste obrigatório à Covid-19, que tem o custo de 100 dólares (89 euros).

Depois paga mais 30 dólares (26,70 euros) pela taxa de estadia no hotel estipulado ou "centro de espera" e o mesmo valor novamente por três refeições por dia enquanto aguarda os resultados do teste.

Feitas as contas, até aqui o viajante pode gastar perto de 200 dólares mas o caso muda de figura caso um passageiro do voo em que seguia testar positivo. Todos os passageiros do mesmo voo ficarão em quarentena em instalações aprovadas pelo governo por duas semanas, a um custo de 1.040 euros (1.176 dólares), incluindo refeições, lavandaria e serviços sanitários.

Se o turista for um caso positivo ao coronavírus, então vai precisar de fazer até quatro testes ao mesmo preço dos anteriores e terá que pagar 3.150 dólares (2.800 euros) para tratamento no Hospital da Amizade Khmer-Soviética na capital Phnom Penh.

Está assim justificada a exigência do depósito pelas autoridades do Camboja mas as imposições estão a ser criticadas por operadores turísticos que têm alertado os viajantes para terem em conta todas estas condições.

Dylan Harris, diretor da agência de viagens Lupin Travel, disse ao jornal The Independent que "o esquema parece ter sido projetado para filtrar o orçamento do turista no mercado e permitir a entrada de empresários".

"Entendo a posição do estado do Camboja, pois é uma maneira de evitar ter que cobrir despesas com os viajantes. No entanto, do nosso lado como operadores não estamos dispostos a fazer viagens a países com este sistema em vigor", disse.

Localizada na Ásia, con fronteiras com Tailândia e Vietname, o Cambodia tem apenas 128 casos de Covid-19 registado sem nenhum morte. E 125 infetados estão dados como recuperados.

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