Câmara remove entulho e lixo do Cinema Paris

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Lisboa. Em 2002, os técnicos camarários alertaram para perigo de derrocada

Ainda não há projecto para o edifício que está devoluto há 20 anos

Mais de cinco anos após o alerta de perigo de derrocada, homens e máquinas entraram no final da semana passada no Cinema Paris, em Lisboa, para proceder aos trabalhos de sustentação dos tectos e remover o lixo e entulho que se acumularam dentro do edifício ocupado por sem-abrigo e toxicodependentes.

A tarefa, a cargo da câmara municipal, estará concluída ainda esta semana, mas as obras não significam um novo rumo para o edifício de Campo de Ourique. "A autarquia atendeu ao nosso pedido e decidiu proceder à limpeza do espaço", explica Nuno Ferro, presidente da Junta de Freguesia da Lapa, esclarecendo, porém, não existir ainda um projecto para o edifício que há duas décadas se encontra devoluto.

"A câmara não tem dinheiro para recuperar aquele espaço e a única alternativa passa por desenvolver um projecto que inclua toda a área envolvente e que seja financiado por privados", diz o autarca social-democrata, defendendo que para isso é preciso "vontade política" e colaboração dos particulares.

Há quase seis anos que uma vistoria dos técnicos camarários concluiu ser urgente demolir o imóvel devido ao risco de aluimento de tectos e desagregação da fachada. Em 2003, durante o mandato de Pedro Santana Lopes, a autarquia chegou até a intimar o proprietário a realizar a demolição. Os trabalhos avançaram, mas 24 horas mais tarde foram interrompidos pela Câmara de Lisboa, que pediu ao Governo a declaração de utilidade pública da expropriação e autorização de posse administrativa do edifício com o objectivo de reconstruir o Cinema Paris .

A proposta foi aprovada em Assembleia Municipal em Maio de 2004 e, a partir dessa data, surgiram várias especulações sobre o futuro do edifício, desde uma possível transformação do imóvel em hotel, passando por um espaço vocacionado para o teatro. A protecção civil ainda realizou algumas recomendações para proteger a população e bens, tendo pedido para vedar uma parte da fachada e deslocar uma paragem de autocarro que se encontrava em frente ao edifício. |

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