Câmara já é a nova proprietária do antigo Cineteatro de Ovar

A Câmara Municipal de Ovar passou hoje a proprietária do desativado Cineteatro de Ovar, depois de o presidente da autarquia ter assinado a escritura que, por 375.000 euros, lhe permitirá recuperar o edifício e adaptá-lo a novas valências.
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"Este é um dia simbólico porque o Cineteatro de Ovar é um dos edifícios mais carismáticos para a comunidade vareira, faz parte do legado do Município e, apesar do seu avançado estado de degradação, vai agora entrar numa nova fase", declara à Lusa o presidente da autarquia, Salvador Malheiro. "Passará de um equipamento em declínio, feio e deteriorado a algo de que o povo vareiro se poderá orgulhar", garante.

O projeto para reabilitação do prédio só deverá começar a ser definido na próxima semana, mas o autarca revela já algumas certezas: "O edifício não será transformado numa casa de espetáculos porque ainda há pouco tempo a Câmara fez um investimento significativo para esse efeito no Centro de Artes de Ovar".

O espaço também não irá acolher bailes e outros eventos de grande escala porque, estando parte do imóvel reservada para uma nova entrada no Parque Urbano da Cidade, o restante será destinado a "serviços de turismo e só algum cinema e teatro, para não se apagar completamente a missão original do edifício".

No mesmo espírito, também "a fachada principal do cineteatro vai ser preservada, de forma a manter a sua arquitetura bonita, típica do Estado Novo".

Inaugurado em 1944, o Cineteatro de Ovar esteve em funcionamento até ao início da década de 90, após o que entrou num processo de degradação que, em agosto de 2016, culminou na derrocada de parte da fachada principal do edifício.

Para evitar riscos de segurança para pessoas e bens, a Câmara tomou então posse administrativa do prédio e disponibilizou-se a adquiri-lo aos seus então proprietários, mas as negociações foram dificultadas pelo facto de, segundo a autarquia, o respetivo capital estar pulverizado por vários donos, cada um deles detendo apenas 1%, 2% ou 5% do imóvel.

Já nessa altura a proposta da Câmara era de aquisição do prédio por 375.000 euros, o que os proprietários começaram por aceitar, mas mais tarde contestaram, reclamando para a transação um valor mais alto. A oferta inicial acabaria, no entanto, por vingar, pelo que o presidente da autarquia deixou hoje na escritura um cheque no mesmo valor que propusera em 2016.

Quanto à empreitada prevista para o imóvel, ainda não há datas definidas para arranque das obras, mas Salvador Malheiro quer reabrir o edifício à comunidade "o mais rápido possível" e, para isso, a sua "expectativa é que, dentro de um ou dois anos, o cineteatro seja devolvido ao povo de Ovar com uma cara totalmente nova".

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