Câmara do Porto cria parque de estacionamento para autocarros turísticos na Alfândega

A Câmara do Porto vai converter parte do parque de estacionamento da Alfândega do Porto num estacionamento para autocarros ocasionais com capacidade para 18 destes veículos, uma decisão que, segundo a oposição, não resolve os constrangimentos de circulação.
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Esta solução foi apresentada hoje na reunião do executivo camarário pelo diretor municipal de Mobilidade e Transportes, Manuel Paulo Teixeira.

O diretor adiantou que, de acordo, com os serviços municipais, "no pico das contagens, há cerca de 188 autocarros ocasionais a operar em simultâneo no centro do Porto", 30 a circular, em simultâneo, só na zona ribeirinha.

Segundo Manuel Paulo Teixeira, esta realidade acarreta uma série de dificuldades que ficam resolvidas.

Para o vereador do PS Manuel Pizarro, um parque de autocarros na Alfândega não só nada vai resolver nada, como constitui um "atentado estético".

"Felizmente já não corremos o risco de ver alterada uma canção muito popular para 'vamos a Miragaia ver os autocarros'", disse.

Também para o vereador do PSD, Álvaro Almeida, a solução apresentada "é um erro".

"Aquilo que estamos a declarar é que a Ribeira é para turistas", afirmou, defendendo que o município devia avançar com a proibição de circulação dos autocarros turísticos nesta zona.

Já a CDU questionou a autarquia sobre a possibilidade de manter a rotação normal do parque a partir das 18:00, proposta que a câmara disse estar em aberto, podendo ser adotada caso se justifique.

O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, reconheceu que não há uma solução mágica para resolver estes problemas, defendendo, contudo, que esta é a solução, segundo um estudo feito, que acarreta menos impactos.

Na sua apresentação, o diretor municipal da Mobilidade e Transportes revelou, também, que o problema dos moradores e comerciantes - que vêm reclamando mais espaço para estacionar em regime de avença - fica sanado com esta solução que aumenta em dois terços a capacidade do parque.

Aquele dirigente revelou ainda que serão feitas alterações na circulação automóvel naquela zona.

Com efeito, aos autocarros turísticos que estacionem na Alfândega do Porto serão dadas duas possibilidades de saída da cidade: via túnel da Ribeira, para acesso à ponte do Freixo, ou fazendo inversão de marcha no sentido do Campo Alegre.

O duplo sentido da rua de Belmonte dará também lugar à circulação de sentido único ascendente, para potenciar uma "ligação mais rápida à Cordoaria e Clérigos".

Segundo a autarquia, esta medida será potenciada pela inversão de sentido da rua de Ferreira Borges, que passará a ser ascendente.

Já na rua de São João será invertida a circulação entre as ruas do Infante D. Henrique e Mouzinho da Silveira, "permitindo que quem vem de nascente possa aceder aos Aliados e à Sé logo a partir daqui", explicou Manuel Paulo Teixeira, acrescentando que esta mudança também vai resolver outro conflito identificado que é o acesso ao parque de estacionamento da Ribeira.

A autarquia vai ainda avançar com a pedonalização da zona rodoviária do largo de São Domingos e com o reforço dos atravessamentos da rua do Infante D. Henrique, para melhorar o eixo pedonal que segue da rua das Flores e termina na Ribeira.

Todas estas medidas, à exceção das obras que já vão interditar um troço da rua de Mouzinho da Silveira, deverão estar implementadas até ao final do mês de abril.

Já a partir de dia 12 de fevereiro, as obras do futuro museu subterrâneo do Rio da Vila vão obrigar ao corte de trânsito de parte da rua de Mouzinho da Silveira.

Ainda assim, esta artéria ficará transitável para a subida dos veículos que venham de poente (Foz e Freixo).

Aproveitando este constrangimento, será proibida a circulação de autocarros ocasionais nesta artéria, nos dois sentidos.

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